Os primeiros lotes do imunizante da Pfizer/BioNTech foram levados à farmácia central do sistema hospitalar público de Paris. O produto foi transportado por um caminhão frigorífico que percorreu o trajeto a partir da fábrica da Pfizer em Puurs, na Bélgica, sob um esquema de alta segurança.
O transporte do produto exige uma logística específica porque deve ser estocado sob uma temperatura de -80°C. Em seguida, a substância pode ser conservada entre 2°C e 8°C durante, no máximo, cinco dias. “É um momento histórico! Essas são as primeiras doses da vacina!” comemorou Franck Huet, chefe do serviço farmacêutico do sistema hospitalar público de Paris.
A exemplo de vários países da União Europeia, a França dará início à vacinação no domingo. As primeiras injeções acontecerão em duas casas de repouso, em Sevran, na grande região parisiense, e em Dijon, na região leste do país. Voluntários idosos que residem nestes estabelecimentos, além de profissionais da saúde, serão os primeiros a serem vacinados.
A primeira fase da imunização estará focada nas cerca de sete mil casas de repouso para idosos da França. No entanto, a vacinação em larga escala destas pessoas mais suscetíveis a desenvolver formas graves da doença está previsa para o início de 2021.
Primeiro caso da mutação na França
As autoridades de saúde realizam uma verdadeira corrida contra o relógio, preocupadas com a nova variante do coronavírus originária do Reino Unido. Na noite de sexta-feira (25), o Ministério francês da Saúde divulgou que um primeiro caso da mutação foi detectado no país. Trata-se de um cidadão que mora em Londres e veio passar as festas de fim ano com a família, em Tours, no centro-oeste da França.
Segundo o governo francês, outras amostras positivas do coronavírus estão sendo analisadas no momento e podem ser da nova variante. As autoridades sanitárias vêm trabalhando há vários dias com a possibilidade de que a nova linhagem já esteja em circulação no país.
Um novo estudo da London School de Higiene e Medicina Tropical, divulgado na quinta-feira (24), confirmou que a mutação detectada no Reino Unido, chamada de B.1.1.7, é considerada muito mais contagiosa do que as antecedentes. Ela pode estar na origem do forte aumento do número de casos no sudeste e sudoeste da Inglaterra nas últimas semanas, e “poderia ser 50% a 74% mais transmissível” do que as formas do vírus até agora em circulação.
Nas últimas 24 horas, a França registrou 20.262 novos casos da doença, além de 159 mortes. Desde o início da pandemia de Covid-19, o país contabiliza o total de 62.427 óbitos, além de 2.547.771 contaminados.