Em resposta a um questionamento do STF (Supremo Tribunal Federal), a AGU ( Advocacia-Geral da União) informou a Corte sobre a previsão do Ministério de Saúde de começar a vacinar grupos prioritários cinco dias após ter o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a entrega das primeiras doses de um imunizante certificado pela agência.
A pasta, entretanto, segue sem dar uma data específica para iniciar a vacinação, condicionando isso a qual vacina será a primeira a ter uma aprovação de uso emergencial pela Anvisa. Atualmente, a vacina da Pfizer/Biontech e a CoronaVac são as principais candidatas a conseguirem a autorização e terem doses à disposição, mas nenhuma das duas fez a solicitação ao órgão federal.
O Instituto Butantan anunciou ontem que decidiu atrasar a divulgação dos resultados preliminares de eficácia da vacina CoronaVac. A ideia agora é submeter à Anvisa, em até dez dias, os dados da análise final da fase 3 do estudo.
Com questões ainda sem respostas, médicos têm criticado a politização em torno do possível medicamento no Brasil, dizem que atualmente estamos “no escuro” com relação ao plano de vacinação apresentado pelo governador João Doria (PSDB), em São Paulo, e afirmam que a guerra pelo imunizante é “absurda”.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje, em entrevista ao Brasil Urgente, que vai dar sinal verde à compra e à aplicação de todas as vacinas contra o novo coronavírus que forem autorizadas pela Anvisa, mas que ele particularmente não vai tomar nenhuma. “Eu não vou tomar vacina e ponto final. Minha vida está em risco? O problema é meu”, disse o presidente.
Enquanto isso, no Congresso, o relator da MP (Medida Provisória) do consórcio global de vacinas contra covid-19, deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), disse que vai incluir em seu relatório um dispositivo para determinar que pessoas que tomem o imunizante assinem um termo de consentimento para isentar a União de responsabilidades por eventuais efeitos colaterais. A ideia foi defendida ontem pelo presidente.