O triunfo apertado de Biden no Estado do sul na eleição presidencial de novembro completou a transformação da Geórgia: o antigo bastião republicano hoje é um dos campos de batalha política mais competitivos do país.
Os senadores republicanos David Perdue e Kelly Loeffler enfrentam os democratas Jon Ossoff e Raphael Warnock, respectivamente, em duas corridas que determinarão qual partido controlará o Senado norte-americano quando Biden tomar posse no dia 20 de janeiro.
Se os republicanos vencerem qualquer disputa, manterão o comando do Senado, o que lhes permitirá frustrar muitas das metas legislativas ambiciosas de Biden em questões como o coronavírus, a economia e a mudança climática. Uma guinada democrata daria ao partido o controle da Casa Branca e do Congresso, já que o partido de Biden já controla a Câmara dos Deputados.
A viagem de Biden a Atlanta ocorre nove dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, viajar à Geórgia para apoiar Perdue e Loeffler. A visita do presidente eleito ainda coincide com o início da votação presencial, que começou na segunda-feira, quando centenas de moradores da Geórgia enfrentaram o clima chuvoso em filas.
Como no mês passado, espera-se que muitos eleitores votem pelo correio em meio à pandemia de coronavírus. Até agora, mais de 1,2 milhão de moradores solicitaram cédulas para votarem à distância, e mais de 260 mil já as enviaram, de acordo com o Projeto Eleições dos EUA da Universidade da Flórida.
A vitória de Biden aumentou as esperanças democratas de capturar os dois assentos, assim como iniciativas democratas agressivas de registro de eleitores. Perdue ficou um pouco à frente de Ossoff em novembro, mas sem os 50% necessários para uma vitória.
A outra corrida teve diversos candidatos devido ao seu status de eleição especial –Loeffler foi indicada à sua vaga para preencher uma ausência. Warnock e Loeffler terminaram nas primeiras duas posições, mas ambos muito aquém dos 50%.
Os dois partidos já investiram centenas de milhões de dólares no Estado, assim como uma variedade de grupos políticos independentes, mas enfrentam desafios para garantir o comparecimento por causa da pandemia e da ausência do polarizador Trump para garantir votos – de apoiadores e detratores.