Numa declaração publicada na sua conta no Twitter, o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, disse, no sábado (28.11) que o Governo Federal está com o controle total da capital regional, Mekele. Segundo o primeiro-ministro, o exército federal tomou “o controlo do aeroporto, das instituições públicas, da sede da administração regional e de outras instalações cruciais”.
“Com o controlo total da capital regional, marca-se a conclusão da última fase da ENDF [Força de Defesa Nacional Etíope]. A polícia federal continuará agora a sua tarefa de prender os criminosos da Frente de Libertação do Povo do Tigray [TPLF] e trazê-los à justiça”, continuou Abiy Ahmed.
“Temos agora diante de nós a tarefa crítica de reconstruir o que foi destruído, reparar o que foi danificado, devolver àqueles que fugiram, com a prioridade máxima de restaurar a normalidade ao povo da região de Tigray”, acrescentou.
O primeiro-ministro disse hoje que a vitória das Forças Armadas foi alcançada graças à colaboração dos habitantes de Tigray e Mekele e garantiu que foi alcançada “sem ferir civis e sem causar danos às infraestruturas e ao património histórico”.
No entanto, o líder da TPLF disse à agência Reuters que continuarão a lutar contra o Governo etíope. “A sua brutalidade só pode acrescentar [à] nossa determinação de combater estes invasores até ao fim”, disse Debretsion Gebremichael numa mensagem.
Continua a ser difícil confirmar no terreno as versões de ambos os lados do conflito, porque tanto a internet, como as comunicações telefónicas continuam cortadas, e o Governo etíope restringe o acesso aos jornalistas em Tigray.
Também no sábado, fontes diplomáticas confirmaram à agência de notícias espanhola Efe que foram registadas “fortes explosões na parte central de Mekele e outra explosão na periferia”, bem como um ataque a instalações pertencentes à TPLF.
A alegada tomada da cidade de Mekele ocorreu dois dias depois de Abiy Ahmed ter ordenado o ataque final ao TPLF, o partido que governa a região de Tigray, que faz fronteira com a Eritreia e o Sudão, na sequência de um confronto que já durava há meses.Em 4 de novembro, o primeiro-ministro ordenou uma ofensiva armada contra as forças do TPLF como retaliação por um ataque a uma base militar etíope naquela região.