Ao menos 43 agricultores foram assassinados neste sábado (28/11) por supostos jihadistas do grupo Boko Haram nas proximidades de Maiduguri, capital do estado de Borno, na região nordeste da Nigéria, enquanto eram celebradas as primeiras eleições locais desde o início da insurreição extremista, em 2009.
“Encontramos 43 corpos, todos degolados, e seis pessoas gravemente feridas”, declarou Babakura Kolo, líder de um grupo de autodefesa. O balanço foi confirmado por outro miliciano à AFP. O ataque aconteceu em um campo de arroz a menos de 10 quilômetros de Maiduguri.”É, sem dúvida, obra do Boko Haram, que atua na região e ataca com frequência os agricultores”, disse Kolo, que ajudou a transportar as vítimas.
“Sessenta trabalhadores agrícolas foram contratados para colher o arroz neste campo. Quarenta e três morreram e outros seis ficaram feridos”, confirmou à AFP outro miliciano, Ibrahim Liman.Oito agricultores estão desaparecidos e as autoridades acreditam que foram sequestrados pelos jihadistas, acrescentou a fonte.
Os cadáveres das vítimas foram levados para a localidade de Zabarmari, a dois quilômetros do campo de arroz. Serão enterrados no domingo, afirmou à AFP uma moradora local, Mala Bunu, que participou nas operações de emergência.
Em outubro, os combatentes do Boko Haram degolaram 22 agricultores que trabalhavam nos campos da região de Maiduguri em dois ataques.O ataque de sábado coincidiu com a escolha dos representantes e conselheiros regionais de 27 circunscrições do estado de Borno.
As eleições foram adiadas várias vezes desde 2008, quando o Boko Haram e sua facção rival, o grupo Estado Islâmico da África do Oeste (Iswap), multiplicaram seus ataques sangrentos. Desde então, controlam parte do território.
Cada vez mais estes ataques se dirigem a lenhadores, criadores de gado e pescadores. São acusados de espionar e transmitir informações aos militares e milícias que lutam contra os jihadistas na região.
Mais de 36.000 pessoas morreram em atos de violência desde o início dos ataques do Boko Haram em 2009 no nordeste da Nigéria, onde mais de dois milhões de pessoas ainda não conseguiram retornar para suas casas.