”Índia – Brasil: Fortalecendo Parcerias no Setor Farmacêutico” foi o tema do evento online promovido pela sede diplomática indiana em Brasília, no dia 26. Organizado ainda pelo Conselho de Promoção de Exportações de Produtos Farmacêuticos da Índia, o encontro buscou compartilhar informações e identificar possibilidades de avanço bilateral no setor.
O embaixador da Índia, Suresh Reddy, defendeu um “passaporte da vacina contra a Covid-19” que permitiria a circulação de cidadãos imunizados da infecção. A ideia foi apresentada durante o webinar. A Índia é a maior fornecedora global de medicamentos genéricos, ocupando participação de 20% no fornecimento global em volume e também 62% da demanda mundial por vacinas. Segundo Reddy, cerca de 30% de todos os Ingredientes Farmacêuticos Ativos (API) utilizados pela indústria farmacêutica brasileira vêm da Índia.
O diplomata ressaltou a delicadeza deste momento de pandemia e apresentou dados sobre a indústria farmacêutica indiana, que é uma das maiores do mundo. O Brasil é o sexto maior importador dos produtos farmacêuticos da Índia. Os indianos ocupam a terceira posição mundial em produção em volume e a 14° em valor.
Índia e China juntas, controlam a produção de remédios e equipamentos hospitalares, sendo fornecedora dos insumos necessários para a preparação das vacinas que estão sendo desenvolvidas contra o novo coronavírus. Além disso, mais de 90% dos insumos farmacêuticos ativos no Brasil são importados. A Índia é o principal fornecedor mundial de medicamentos genéricos, fonte de 20% dos suplementos.
Anvisa – Na ocasião, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, destacou a importância de que a regulação favoreça o ambiente para o desenvolvimento de novos medicamentos, bem como a ampliação do acesso da população a medicamentos de qualidade, seguros e eficazes. Barra Torres ressaltou também o compromisso da Agência com o estabelecimento de uma regulação clara e transparente, alinhada aos mais avançados padrões internacionais.
Nesse sentido, enfatizou ainda a importância das iniciativas de convergência regulatória, das quais tanto a Anvisa quanto sua contraparte indiana participam, como o Conselho Internacional para Harmonização de Requisitos Técnicos para Medicamentos de Uso Humano (ICH, do inglês International Council for Harmonisation of Technical Requirements for Pharmaceuticals for Human Use), no qual a Anvisa é membro do Comitê Gestor, e a Coalizão Internacional de Autoridades Reguladoras de Medicamentos (International Coalition of Medicines Regulatory Authorities –ICMRA), em que a Anvisa é membro do Comitê Executivo.
Por fim, Barra Torres tratou das possibilidades de cooperação bilateral, amparadas por memorando de entendimento assinado pelas autoridades reguladoras de ambos os países em 2016
Constituição – O embaixador Suresh Reddy falou ainda da celebração do Dia da Constituição, comemorada naquela data. De acordo com o diplomata, a lei magna indiana levou três anos para ficar pronta e reflete o ideal de uma sociedade livre. “Muitas vezes nos esquecemos da importância da constituição, da nossa liberdade”, afirmou.