Embaixadores nórdicos defendem maior parceria com Brasil em inovação e sustentabilidade
Os países nórdicos querem mais parcerias com o Brasil, em especial em inovação e em sustentabilidade. Essa foi a tônica dos quatro embaixadores que abriram a 3ª edição do Scandinavian Day na manhã desta quarta-feira, evento realizado pela Imagem Corporativa para estreitar laços entre o Brasil e os países da região.
“A Suécia tem uma relação muito intensa com o Brasil, tanto em governos, empresas privadas e universidades, e quer intensificar isso. Queremos ampliar a nossa parceria estratégica com foco na sustentabilidade”, afirmou Johanna Brismar-Skoog, Embaixadora da Suécia.
Ela identifica três setores específicos onde o Brasil e a Suécia podem avançar de forma conjunta: biogás, onde o Brasil tem tecnologia avançada; mobilidade, graças a existëncia de grandes empresas da Suécia no setor presentes no Brasil, como Volvo e Scania, que estão no momento planejando o transporte do futuro. Além de mineração, segmento importante nos dois países.
A embaixadora afirma que a Suécia tem uma boa estrutura de inovação e de economia para ampliar esta parceria, lembrando que o país tem a segunda maior média de startups per capita do mundo, atrás apenas do vale do silício e é o país com maior número de multinacionais per capita. “A Suécia tem na inovação e na sustentabilidade uma prioridade”
Nicolai Prytz, embaixador da Dinamarca, contou um pouco da história de seu país, que evoluiu quando aprendeu a respeitar a natureza. “Há dez anos, as maiores preocupações dos eleitores eram imigração, economia, sistema de saúde e mudanças climáticas. Hoje as mudanças climáticas estão no topo das preocupações, disse.
Assim, a Dinamarca agora avança na busca por energia limpa, inclusive com fazendas marinhas de energia eólica, o que pode inspirar outros países. “Temos uma cooperação muito boa com o Brasil na área de saúde, agora queremos avançar mais para a sustentabilidade”, contou. Entusiasta da economia social, a Finlândia quer avançar na busca da sustentabilidade e vê o Brasil como um parceiro fundamental neste processo.
Jouko Leinonen, embaixador da Finlândia, lembrou que o Brasil é o país mais importante na América Latina para os finlandeses e que há 60 grandes companhias finlandesas no país. Para ele, os avanços ambientais podem trazer frutos para todo o país. “Temos que lembrar que além do impacto ambiental há o impacto social de ações sustentáveis”, disse.
Nils Martin Gunneng, embaixador da Noruega, iniciou sua participação no debate contando a experiência de seu país, que chegou a cometer muitos erros ambientais, principalmente na pesca, mas que conseguiu mudar de postura e, por isso, dá hoje tanta atenção à biodiversidade. Ele conta que a questão climática hoje é uma realidade no país, onde mais de 60% dos carros vendidos atualmente são elétricos.
“Cometemos erros no passado e aprendemos um pouco com eles, e por isso queremos ampliar nossa cooperação com o Brasil, disse. O debate foi aberto pelo presidente da Imagem Corporativa, Ciro Dias Reis, que questionou os representantes dos países nórdicos sobre as lições que essas nações poderiam apresentar ao Brasil, tendo em visto que já estiveram entre os mais pobres da Europa. Reis perguntou especificamente sobre a área de sustentabilidade, onde essas nações são referência para o mundo.
Johanna, da Suecia, afirmou que a chave do sucesso foi o investimento em educação e igualdade de gênero. O embaixador da Dinamarca acrescentou que a cooperação internacional também [é fundamental para um avanço sustentável, “não é preciso reinventar a roda”, disse Nicolai Prytz. Jouko Leinonen, da Finlândia, lembrou ainda que o Brasil e os países nórdicos compartilham a existência de grandes florestas e que podem se beneficiar, de forma responsável, do contato com a natureza. Já Nils, concluiu acrescentando nesta análise que o governo brasileiro precisa cumprir o seu papel e ajudar a sociedade a construir consensos, sempre a partir do diálogo.
Para Reis, o debate mostra uma visão convergente da importância da inovação e da sustentabilidade. Ele lembra ainda que a sugestão de se retomar o diálogo para a construção de consensos é muito importante para o Bra