A marca conseguiu certificado halal para seus ovos ‘in natura’ e industrializados, e em outubro abriu um ponto de apoio nos Emirados Árabes. A operação é uma parceria com a InvestSP.
Thais Sousa
tsousa@anba.com.br
São Paulo – Uma das maiores indústrias avícolas do país, a produtora de ovos Katayama Alimentos abriu em outubro um escritório em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A iniciativa foi feita em parceria com a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP) e inclui também um escritório em Xangai, na China. “O objetivo é estabelecer um relacionamento com as autoridades locais para abertura de novos mercados, além de prospectar leads potenciais”, explica o diretor comercial do Grupo Katayama, Gilson Tadashi Katayama, em entrevista por e-mail à ANBA.
O mercado árabe representa 20% das exportações da companhia, que está nos Emirados desde 2009, com a exportação de ovos in natura. No início deste ano, a empresa participou da missão empresarial ao país árabe, sob promoção da InvestSP. Nessa viagem, a Katayama Alimentos estreitou seus relacionamentos no mercado árabe e selou a parceria em Xangai e Dubai, onde a agência paulista mantém escritórios internacionais.
Recentemente, a marca brasileira também iniciou tratativas comerciais com clientes de países da Ásia. A ideia da empresa é que o escritório de apoio em Dubai ajude a impulsionar as vendas a países da região. “Estivemos visitando os portos de Abu Dhabi e Jebel Ali, em Dubai, para conhecer a estrutura portuária, os serviços e a infraestrutura disponíveis que fazem do Emirados um hub logístico para distribuição não só para os países do Golfo, mas [também] para todos outros países [do Oriente Médio e Ásia]”, afirmou Gilson, explicando que outros produtos trabalhados são ovos desidratados para uso em aplicações industriais.
Mas a Katayama Alimentos, que tem 80 anos de história, ainda tem apenas 1% de sua produção destinada ao exterior. É essa fatia ainda reduzida que a marca quer aumentar. “O objetivo inicial é destinar 10% da produção da empresa à exportação, representando um faturamento da ordem de US$ 7,5 milhões anuais”, explicou o diretor.
Para chegar a esse número, a empresa projeta triplicar a produção em até cinco anos. “Um pé no exterior é de extrema importância na diversificação do canal de vendas para o nosso vasto portfólio de produtos”, acrescentou o executivo. Um dos mercados já abertos recentemente foi para ovo desidratado em Bangladesh.
Com foco nestas regiões, a indústria de alimentos adquiriu a certificação halal, que indica que um produto é próprio para consumo de muçulmanos, em janeiro deste ano. O diretor explica que durante a pandemia de coronavírus o abastecimento foi uma das principais questões para países que importam grande parte de seus alimentos, como é o caso dos Emirados. “Na nossa visão pós-covid 19, a percepção sobre a segurança alimentar será cada vez mais evidente e ganhará importância nas políticas estratégicas de vários países, e o Brasil se destacará como um dos poucos no mundo que podem suprir a crescente necessidade da humanidade por alimentos. Estamos no caminho certo”, ponderou.
Para o diretor, as relações da empresa com os clientes da Ásia e Oriente Médio são muito promissoras e é evidente a preocupação de todos esses países com o tema segurança alimentar. “Como principal estratégia, eles buscam estabelecer fontes fornecedoras de várias regiões do mundo para mitigar o risco de ficar sem alimento. Temos uma concorrência extremamente forte com países da Ásia Central e Europa. O processo de conquista e fidelização dos nossos clientes externos é dedicado e delicado, pois requer um preço competitivo e o trabalho de conscientizar sobre as vantagens da troca de fornecedor”, concluiu o diretor do Grupo Katayama.