O primeiro-ministro Abiy Ahmed ordenou novo ataque aéreo à região dois dias depois de a Frente de Libertação de Tigray (FLPT) lançar hoje (16) vários mísseis em direção a Asmara, a capital da vizinha Eritreia. Em Brasília, a embaixada da Etiópia divulgou comunicado onde diz que o governo etíope “está tomando todas as medidas necessárias para restabelecer a paz, a segurança, a lei e a ordem”, garantindo a proteção total dos civis afetados pela operação militar em curso naquela área.
Na nota oficial, o governo diz que a atual administração já libertou prisioneiros políticos e jornalistas e convidou partidos políticos exilados e grupos armados a participarem de contestações políticas pacíficas para que os rebeldes se engajassem no processo de reforma do país. “Em vez disso, a facção criminosa fez uma declaração pública de tornar a Etiópia ingovernável”, diz o documento. Segundo o governo etíope, a FPLF violou a constituição, financiou e mobilizou atividades ilegais para desestabilizar aquela nação.
De acordo com o comunicado divulgado pela embaixada, “reunir-se para negociação com a FLPT, entretanto, seria um abandono, por parte do governo federal, de um dever constitucional de proteger e defender a ordem constitucional e o sistema federal”.
“O Governo federal utilizou todos os meios para evitar uma ação militar, mas uma guerra não pode ser impedida apenas com a boa vontade e a decisão de uma das partes, e sim com a escolha mútua da paz por ambas”, afirmou o primeiro-ministro Abiy Ahmed (foto). Horas antes, ele tinha ordenado ao Exército que invadisse a montanhosa região do norte do país usando a força e capturasse seus líderes.
O ponto culminante do conflito em Tigray ocorreu na madrugada de 04 de novembro , quando a FLPT atacou as Forças de Defesa Nacional do país para roubar artilharia e equipamento militar. No início deste mês, o Conselho de Ministros da Etiópia emitiu um Estado de Emergência que ficaria em vigor por seis meses. Uma força tarefa foi criada para reunir todos os serviços militares e policiais. Até o momento, mais de 25.300 etíopes fogem do conflito em Tigray para o Sudão.