Erevan, Armênia – O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, pediu a seus críticos, nesta segunda-feira (16/11), que “renunciem à violência” em resposta aos protestos da oposição nas ruas desde a derrota militar no enclave de Nagorno Karabakh, no Azerbaijão. “A violência, ou os apelos à violência, em particular a violência armada, não podem, de modo algum, ser uma forma de ação”, escreveu Pashinyan no Facebook.
O político, que chegou ao poder após uma revolução pacífica em 2018, vem recebendo ameaças de morte. “Espero que a oposição afirme claramente que exclui qualquer ação violenta”, acrescentou. Desde o anúncio de um acordo de paz, humilhante para a Armênia, após a derrota na guerra com o Azerbaijão pelo controle do enclave de Nagorno Karabakh, a oposição exige a renúncia de Pashinyan, a quem chamam de “traidor”
Na esteira do anúncio do acordo, que consagra a vitória do Azerbaijão em territórios importantes, seguiram-se protestos, e os manifestantes invadiram e saquearam prédios do governo e do Parlamento. No sábado (14/11), as autoridades relataram a descoberta de um complô para assassinar o primeiro-ministro e anunciaram a prisão do líder da oposição Artur Vanetsian, ex-chefe dos serviços de segurança, assim como de outro homem não identificado.
Líder do partido Pátria (centro direita), Vanetsian foi solto no domingo (15/11) por um tribunal de Erevan que decidiu que sua prisão não tinha base legal válida. Pelo menos dez líderes da oposição também foram presos na semana passada por organizarem as manifestações. Eles foram soltos um dia após sua detenção.