Brasília – Segundo o porta-voz da Embaixada, Keith Krach “espalhou mentiras políticas contra a China e empresas chinesas” ao divulgar alegações que “desrespeitam os fatos básicos”, com o objetivo de “caluniar a China e tentar implantar distúrbios na parceria sino-brasileira”.
O comunicado foi divulgado após Keith Krach solicitar ajuda aos países aliados dos Estados Unidos para evitar que o Partido Comunista Chinês tenha acesso a dados sigilosos desses países através da Huawei, gigante chinesa e líder mundial em tecnologia 5
Na terça-feira (10), o governo brasileiro anunciou sua adesão ao “Clean Network” (“Rede Limpa”, em português), um programa do governo de Donald Trump que tem por objetivo convencer países a banir de suas redes de telecomunicaçoes aqueles que classificam como “fornecedores não confiáveis”, numa clara referência à Huawei.
Na visão da China, “a “Rede Limpa” pregada pelos Estados Unidos é discriminatória, excludente e política. É de fato uma “rede suja”, e sinônimo de abuso do pretexto da segurança nacional por parte dos EUA para promover guerra fria tecnológica e bullying digital. Durante muito tempo, os EUA conduziram, em grande escala e de forma organizada e indiscriminada, atividades de vigilância e espionagem cibern é ticas contra governos, empresas e indivíduos estrangeiros, além de líderes de organismos internacionais. Ações que constituem graves violações da privacidade e da segurança sde terceiros e representam uma verdadeira ameaça à segurança dos dados das redes globais” .
Em sua resposta ao governo americano, a China ressalta, através do comunicado, que é defensora da ciberssegurança e que propôs a Iniciativa Global sobre Segurança de Dados “e sempre busca promover uma cooperação de governança global sobre o assunto, seguindo o princípio de consultas extensivas, contribuições conjuntas e benefícios compartilhados. Não há nenhuma legislação na China que exija as empresas a colaborar com a espionagem cibernética”.
O comunicado fez uma defesa enfática da Huawei, considerada “a maior fornecedora de equipamentos de telecomunicação no mundo e líder em 5G”, e que tem mantido um excelente histórico de segurança e está disposta a assinar com qualquer país um acordo de “anti-backdoor”.
Em relação aos ataques feitos contra a China por “um pequeno número de políticos americanos“, o comunicado os considerou “infundados e caluniosos. Seu objetivo não é, de forma alguma, salvaguardar a segurança nacional ou a dos dados de outros países, mas cercear as empresas chinesas de alta tecnologia, coagir outras nações a sacrificar seus próprios interesses, servir ao “America First” e manter seu monopólio tecnológico.
A nota divulgada pela Embaixada destaca que “a China e o Brasil são parceiros estratégicos globais, sua cooperação, sempre baseada no respeito recíproco, igualdade e benefício mútuo, tem promovido o desenvolvimento dos dois países e trazido benefícios ao bem-estar dos seus povos” e conclui reafirmando sua confiança em que “a maioria dos países”, incluindo o Brasil, vai tomar decisões objetivas de forma independente e autônoma, e por consequência, criar regras de mercado e ambiente de negócios com parâmetros abertos, imparciais e não discriminatórios para empresas da China e de outras nacionalidades”.