O estado de emergência sanitária no país. A maior parte das regiões portuguesas também terá que respeitar um toque de recolher noturno durante a semana, segundo o primeiro-ministro Antonio Costa. As medidas serão aplicadas durante pelo menos duas semanas. O toque de recolher foi estabelecido entre 23h e 5h e à partir das 13h apenas nos finais de semana. A proibição entra em vigor em 121 cidades submetidas desde quarta-feira a um novo lockdown, onde vivem atualmente 70% dos portugueses.
“A única maneira de controlar a pandemia é evitar as interações sociais”, disse Costa. Desde o ínicio de outubro, o número de contaminações diárias no país passou de 2.000 para 6.000 pessoas. “São medidas essenciais para controlar a epidemia sem decretar um novo confinamento geral, como o de março”, declarou. O avanço da epidemia, assim como em outros países europeus, já tem um impacto nos hospitais, que começam a ficar saturados.
Ao declarar o estado de emergência sanitária, o governo também espera ter a liberdade para exigir controles de temperatura ou a realização de teste para permitir o acesso a determinados locais. O Executivo português espera mobilizar militares para reforçar o rastreamento de pessoas que estiveram em contato com casos confirmados.
O objetivo do governo, ao instaurar um toque de recolher à tarde nos sábados e domingo, diz a correspondente da RFI em Portugal, é evitar os tradicionais almoços entre amigos e familiares – os encontros entre pessoas próximas são a principal causa da propagação do vírus. Apesar das restrições, as autoridades tentam evitar o alarmismo, mas admitem que as medidas podem durar mais tempo. A meta, assim como em toda a Europa, é salvar as festas de fim de ano.
Na França, “ligeira” desaceleração? A Geórgia e a Romênia também instauram novas medidas contra o coronavírus nesta segunda-feira. O primeiro-ministro da Geórgia, Guiorgui Gakharia, que está isolado após ter testado positivo à Covid-19, anunciou o toque de recolher noturno nas maiores cidades do país. A mesma medida passa a valer na Romênia, que também determinou o uso de máscara ao ar livre e proibiu eventos públicos e privados.
Na França, é forte a expectativa pelos primeiros resultados do segundo lockdown, em vigor desde 30 de outubro. O ministro da Saúde, Olivier Verán, disse que a medida já resultou em uma leve desaceleração da epidemia, mas, segundo ele, “é muito cedo” para tirar conclusões. Mais de 40 mil pessoas já morreram de Covid-19 na França.