Fotos: Eliane Loin/MRE
Data é comemorada com diplomação de novos integrantes do corpo diplomático brasileiro
Como parte das comemorações do Dia do Diplomata, foram realizadas, no dia 20 de abril, no Itamaraty, a formatura do Curso de Formação de Diplomatas do Instituto Rio Branco e a cerimônia de imposição de insígnias da Ordem de Rio Branco, na presença do Presidente da República Michel Temer e do Ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes.
Ao discursar, o presidente Michel Temer lembrou aos formandos que caberá a eles mostrar ao mundo que o Brasil é um país de oportunidades e de “renovado vigor”, onde existem oportunidades de investimentos. “Lá fora, os senhores verificarão que uma das principais reivindicações é sobre a segurança jurídica no país. Nós estamos caminhando para o sistema de absoluta segurança jurídica; sem ela dificilmente alguém investirá no país”, acrescentou Temer, ao destacar o papel da carreira diplomática para o desenvolvimento e a inserção do país no circuito internacional.
Temer criticou a forma como a imagem do Brasil é difundida em outros países. Segundo o presidente, “dados, fatos e informações” levados ao exterior dão a impressão de que o Brasil é um “paiseco” que não respeita a Constituição, o que, na opinião dele, acaba por reforçar a impressão de haver insegurança jurídica no país.
O presidente Temer destacou algumas prioridades da diplomacia brasileira. “Estamos revitalizando o Mercosul, resgatando sua condição original de democracia e livre mercado, e estamos nos aproximando dos parceiros da aliança do Pacífico. Não devemos ter divisão. Devemos buscar a união entre os vários países da América do Sul e da América Latina.”
Ainda durante o discurso, Temer fez uma contextualização sobre a situação mundiais, associando-a ao papel que terão os futuros diplomatas brasileiros. “No exterior, não haverá partido, ideologia ou tendência a presidir os seus trabalhos. Sempre será o interesse do nosso país. Até porque o mundo de hoje está distante do mundo do início do século 20”, afirmou.
Graduação – Este ano, excepcionalmente, haverá formatura de duas turmas. A de 2014-2015 é composta de 19 diplomatas, dos quais 7 são mulheres, um dos mais altos percentuais da história do IRBr. A de 2016-2017 tem 29 alunos, aprovados no concurso de 2015, o primeiro a reservar 20% das vagas a negros, nos termos da Lei 12.990. Além dos diplomatas brasileiros, as turmas do Instituto Rio Branco entre 2014 e 2017 incluem bolsistas enviados pelas chancelarias de dez países estrangeiros.
O patrono escolhido pela turma 2014-2015 é o cardeal Paulo Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo entre 1970 e 1998 e fundador da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo, além de outras iniciativas em prol dos direitos humanos e da justiça social no Brasil. Já os formandos de 2016-2017 homenagearam a cientista Bertha Lutz, membro da delegação brasileira à Conferência de São Francisco e responsável direta pela inclusão da igualdade de direitos entre homens e mulheres entre os princípios consagrados no preâmbulo Carta da ONU.
História – Instituído pelo decreto 66.127, de 1970, o Dia do Diplomata é comemorado no dia 20 de abril para marcar a data de nascimento de José Maria da Silva Paranhos Junior (1846-1912) o Barão do Rio Branco. Patrono da diplomacia brasileira, ele foi diplomata e historiador, atuando como chanceler entre 1902 e 1912, sob quatro presidentes. Seu maior legado foi a resolução pacífica das disputas de fronteira entre o Brasil e seus países vizinhos, algo raro na história diplomática mundial. Em 2010, o nome do Barão do Rio Branco foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria que está no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes (Brasília).
Condecoração – A imposição das insígnias da Ordem de Rio Branco é dada em reconhecimento à atuação de brasileiros e estrangeiros nas mais diversas áreas. Este ano, foram condecorados, entre outros, os brasileiros Francisco Doratioto, autor de importantes obras sobre as relações Brasil-Paraguai; Thiago Soares, primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres; Antonio Jorge Ramalho da Rocha, diretor da Escola SulAmericana de Defesa; Christina Oiticica, artista plástica; Thelma Krug, cientista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e membro do Painel Intergovernamental de Mudança do Clima, da ONU.
Entre os estrangeiros, vale mencionar a condecoração do reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Monteiro de Carvalho Silva; do diplomata e escritor argentino Carlos Piñeiro Iñiguez, autor de estudo sobre Gilberto Freyre, entre outras obras importantes sobre o pensamento latino-americano; da curadora japonesa Yuko Hasegawa, do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio; do diretor do Instituto Brasil do King´s College, Anthony Pereira; e do presidente do Conselho da Mitsui, Masami Ijima. A lista completa dos agraciados foi publicada no Diário Oficial da União em goo.gl/qCFGI6, goo.gl/NS3ngL, goo.gl/x2P5hK e goo.gl/kG2PIi.