São Paulo – As exportações de couro e calçados da Tunísia quadruplicaram nos últimos dez anos e chegaram a 550 milhões de euros no ano passado, segundo dados fornecidos à reportagem da ANBA pelo embaixador da Tunísia em Brasília, Mohamed Hedi Soltani. Ele informa que as autoridades tunisianas querem dobrar esse valor até 2030 tendo como um dos pilares a oferta diversificada de produtos com maior valor agregado.
Soltani: Tunísia quer agregar valor a produtos
Para alcançar a meta, a Tunísia pretende atrair investimentos estrangeiros ao segmento. De acordo com o embaixador, iniciar um projeto na Tunísia é vantajoso tanto em termos de rapidez quanto de custo-benefício. Ele afirma que a Tunísia oferece custo de produção atraente em comparação com outros países do Mediterrâneo e lembra que ela está a menos de três horas de voos de metrópoles europeias, no coração da cadeia logística euro-mediterrânea.
Em função da sua localização, a Tunísia atende, de um lado, os mercados de países europeus, e de outro, países africanos e do Golfo, que têm forte crescimento e elevado poder de compra. O embaixador cita os acordos preferenciais e bilaterais do país, entre eles de livre comércio com a União Europeia, com a Turquia, com os países da Associação Europeia de Livre Comércio (Aele), com Jordânia, Egito, Marrocos, Iraque a Líbia.
Também há um acordo que estabelece zona de livre comércio pan-arábica com 18 países da Liga dos Estados Árabes. E a Tunísia se tornou, há um pouco menos de dois anos, o 20º membro do Mercado Comum da África Oriental e Austral (Comesa). Segundo Soltani, o país simplificou procedimentos administrativos para facilitar o estabelecimento de investidores estrangeiros e disponibilizou um balcão único para resolução de todas as formalidades necessárias para a constituição de uma empresa na Tunísia em pouco tempo.
Ele cita entre os incentivos fiscais e financeiros para empresas, principalmente as exportadoras, a venda ao exterior sem cobrança de Imposto de Valor Agregado (IVA), a importação de matérias-primas e equipamentos também sem IVA e a possibilidade de suspensão de IVA nas aquisições de bens e serviços do mercado local. Há, ainda, a liberdade de transferência dos lucros e do capital investido na empresa quando o capital for subscrito em moeda estrangeira, e a isenção de impostos sobre rendimentos e de impostos sobre empresas para negócios recém-criados na área de serviços e indústrias por quatro anos, entre outros.