Yang Wanming
Este ano marca o 75º aniversário da fundação da Organização das Nações Unidas. Criada após duas trágicas guerras mundiais, a ONU é hoje a organização intergovernamental mais representativa e respeitada. Perante situação nova e desafios jamais vistos, de que ONU o mundo precisa? A esse respeito o presidente chinês, Xi Jinping, expôs, de maneira sistemática, a posição do governo chinês e as medidas adotadas em reuniões de alto nível por ocasião dos 75 anos da organização.
Persistindo no multilateralismo, a China defenderá o sistema internacional centrado na ONU. Respeito mútuo e igualdade entre todos os países, grandes e pequenos, representam o princípio básico da Carta das Nações Unidas. Nenhum país tem o direito de ditar as relações internacionais, controlar o destino dos outros e monopolizar as vantagens do desenvolvimento. Os grandes países devem dar o exemplo como defensores do estado de direito internacional, em vez de praticar o excepcionalismo e o duplo critério. A China seguirá o caminho do desenvolvimento pacífico, da abertura e da cooperação e não tem a intenção de travar uma guerra, fria ou quente, com nenhum país. Vamos construir, com o tempo, um novo paradigma de desenvolvimento em que a circulação doméstica será o esteio e as circulações doméstica e internacional se reforçarão mutuamente. Isso dará mais ímpeto à recuperação e ao crescimento da economia global.
Seguindo o conceito de Comunidade de Futuro Compartilhado para a humanidade, a China participa ativamente do combate mundial à pandemia. E fornecerá outros US$ 50 milhões ao Plano de Resposta Humanitária Global à Covid-19 da ONU. Quando uma vacina chinesa estiver disponível para o uso, ela será um bem público global e será fornecida, com prioridade, a países em desenvolvimento. Continuaremos a compartilhar nossas práticas de enfrentamento e protocolos de diagnóstico e tratamento, oferecer apoios e assistências aos países necessitados e a garantir a estabilidade da cadeia global de suprimento de materiais de saúde. Além disso, vamos participar ativamente na pesquisa mundial para rastrear a origem e as rotas de transmissão do vírus.
Aderindo-se ao princípio de ampla consulta, cooperação conjunta e benefícios compartilhados, vamos trabalhar para aperfeiçoar a governança global. O unilateralismo e a mentalidade da Guerra Fria não resolvem os problemas de um país, tampouco respondem aos desafios comuns do globo. Não cabe aos países grandes infringir direitos e interesses legítimos dos demais e prejudicar a paz e a estabilidade mundiais. São eles que devem disponibilizar mais produtos públicos globais e garantir a partilha dos frutos do desenvolvimento. Para ajudar os países na retomada econômica e social, a China vai honrar seu compromisso de fornecer US$ 2 bilhões em assistência internacional em dois anos. Serão aportados US$ 50 milhões ao Fundo Fiduciário de Cooperação Sul-Sul China-FAO (Fase III) e estabelecidos o Centro Global de Inovação e Conhecimento Geoespacial da ONU e o Centro Internacional de Pesquisa de Big Data para Metas de Desenvolvimento Sustentável. Vamos aprofundar também as cooperações internacionais em áreas como agricultura, redução da pobreza, educação, mulheres e crianças e mudança climática. A China também se esforçará para atingir o pico das emissões de CO2 antes de 2030, e alcançar a neutralidade do carbono até 2060, contribuindo para a proteção ambiental do planeta.
Como assinalou o presidente Xi, a Humanidade entrou em uma nova era de interconexão, na qual os interesses de todos os países estão entrelaçados e seu futuro, intimamente vinculado. A China é o primeiro signatário da Carta das Nações Unidas. É membro fundador da ONU e o único país em desenvolvimento com assento permanente no Conselho de Segurança. Com o mesmo espírito de responsabilidade, trabalharemos junto com o Brasil e toda a comunidade internacional para responder aos desafios globais e promover a construção de um belo e limpo mundo, com paz duradoura, segurança universal, prosperidade comum e abertura e inclusão.