“Ninguém quer um governo mundial, mas temos que trabalhar em conjunto para melhorar a governança mundial”, disse Guterres. Vários especialistas afirmam que a pandemia de coronavírus, que já matou quase um milhão de pessoas no mundo, evidenciou a perda de eficácia do sistema multilateral diante da pior crise depois da Segunda Guerra Mundial.
Desde o início do ano, a maioria dos países agiu individualmente contra a pandemia de covid-19, decretando confinamentos e fechamentos de fronteiras sem qualquer consulta ou cooperação real.
“Em um mundo interconectado, precisamos de um multilateralismo interconectado, no qual a família das Nações Unidas, as instituições financeiras internacionais, as organizações regionais, os blocos comerciais e outros trabalhem juntos de forma próxima e efetiva”, disse o chefe da ONU. “Também precisamos de um multilateralismo inclusivo, que apele à sociedade civil, às cidades, às empresas, às autoridades locais e aos jovens”, acrescentou.
Durante esta cúpula para celebrar o 75º aniversário da ONU, cerca de 180 líderes mundiais -132 deles chefes de Estado ou de governo, como o chinês Xi Jinping, o turco Recep Tayyip Erdogan ou o venezuelano Nicolás Maduro- devem pronunciar discursos já gravados, que não devem ultrapassar os três minutos.
Embora a participação do presidente americano, Donald Trump, tenha sido anunciada inicialmente, foi uma embaixadora da missão dos EUA na ONU quem discursou no grande salão da Assembleia Geral da ONU. Durante a sessão, a Assembleia ratificou uma declaração aprovada em julho em defesa do multilateralismo.
A partir desta terça-feira e por uma semana, os mesmos líderes pronunciarão outro discurso na 75ª Assembleia Geral anual da ONU, que este ano será realizada virtualmente devido à pandemia. Os discursos na assembleia não devem exceder os 15 minutos. Durante os oito dias seguintes, apenas um diplomata por missão poderá assistir os discursos dos líderes na sala da Assembleia Geral.