Os ataques foram cometidos, respectivamente, pelos irmãos Said e Chérif Kouachi e por Amédy Coulibaly, deixando um total de 17 mortos, além dos três terroristas. Os réus são acusados de dar apoio logístico aos jihadistas, e o processo deve durar até 10 de novembro. “Não devemos ter medo do terrorismo nem da liberdade. No fundo, o espírito do Charlie Hebdo é rejeitar a renúncia a nossas liberdades, a renúncia a rir ou a ser blasfemo”, disse o advogado do jornal, Richard Malka.
Dos 14 réus, três serão julgados em contumácia: a jihadista Hayat Boumedienne, ex-companheira de Coulibaly, e os irmãos Mohamed e Mehdi Belhoucine, acusados de cumplicidade com o terrorista do mercado kosher. Os três teriam fugido para a Síria. Para marcar o início do julgamento, o Charlie Hebdo republicou as charges do profeta Maomé que o colocaram na mira do terrorismo jihadista. Terror – A série de atentados começou quando os irmãos Said e Chérif Kouachi invadiram a redação do jornal satírico armados com metralhadoras e assassinaram 11 pessoas, incluindo alguns dos principais cartunistas da publicação.
Ao deixarem o prédio, os Kouachi ainda mataram a sangue frio um policial muçulmano, Ahmed Merabet, que estava deitado ferido na calçada. Dois dias depois do ataque ao Charlie Hebdo, outro jihadista, Amédy Coulibaly, sequestrou um mercado kosher em Paris e matou quatro indivíduos. Antes disso, ele já havia assassinado uma policial durante uma troca de tiros. O saldo daqueles três dias de terror em janeiro de 2015 foi de 17 vítimas, sem contar os agressores, todos mortos pela polícia. Os atentados instauraram um clima de terror na capital francesa, que chegaria ao ápice em 13 de novembro daquele mesmo ano, quando jihadistas mataram 130 pessoas perto do Stade de France, em bares e restaurantes de zonas boêmias da cidade e na casa de shows Bataclan.