As sanções dos Estados Unidos “constituem uma interferência flagrante nos assuntos internos chineses”, afirmou à imprensa o porta-voz da diplomacia chinesa, Zhao Lijian, que denunciou uma lógica de “tirano e de relação de força”.
O governo dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira sanções e restrições contra 24 empresas e “dezenas” de funcionários chineses acusados de participação na construção ou militarização de pequenas ilhas artificiais no Mar da China Meridional. “A China adotará medidas firmes para garantir os direitos e interesses legítimos de suas empresas e seus cidadãos”, advertiu Zhao, ao assegurar que as construções não têm nenhum aspecto militar e dependem da soberania nacional.
O regime comunista chinês reivindica quase todas as pequenas ilhas e recifes do Mar da China Meridional ante os demais países da região (Malásia, Vietnã, Filipinas, Brunei, Taiwan). Em 2016, um tribunal de arbitragem internacional considerou que as reivindicações chinesas não tinham “nenhum fundamento jurídico”, o que foi rejeitado por Pequim. Estados Unidos, que se opõem às pretensões da China, organizam regularmente com navios de guerra operações que chamam de “liberdade de navegação” no Mar da China Meridional.
O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, tomou o partido em meados de julho dos países que se opõem a Pequim na região, ao chamar as pretensões chinesas de “ilegais”. “O mundo não permitirá que a China trate o Mar da China Meridional como seu império marítimo”, afirmou. A tensão aumentou na relação entre China e Estados Unidos desde o início do ano pelo comércio, a epidemia de coronavírus, os direitos humanos, Hong Kong, tecnologia, espionagem e outros temas.