Brasília – As relações comerciais entre o Brasil e a Austrália durante e no pós-pandemia e as perspectivas de retomada do fluxo de comércio entre os dois países são temas a serem tratados no webinar da série B. Talks, “Brazil’s Exports and Bilateral Trade with Australia”, a ser realizado nesta quarta-feira (5) às 19h30 horas (horário de Brasília).
O evento, organizado pelo Conselho Empresarial Austrália Brasil (AUBRBC), conta com o patrocínio do Consulado-Geral do Brasil em Sydney e apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil)
O webinar terá a participação do Gerente de Inteligência de Mercado da Apex-Brasil, Igor Celeste; do conselheiro Joaquim Penna, chefe do SECOM Sydney; de Gleuto Serafim, presidente do Conselho Empresarial Austrália-Brasil; de Thais Oso, diretora do Conselho Empresarial Austrália-Brasil; e Geraldo Costa, diretor da empresa GLI Consultancy.
Durante o webinar, os palestrantes farão um diagnóstico do fluxo comercial bilateral para identificar obstáculos e ressaltar possíveis oportunidades para o aumento das exportações brasileiras para a Austrália. Exportadores brasileiros e importadores australianos poderão contar com informações atualizadas e contextualizadas sobre o fluxo das exportações brasileiras, além de entrarem em contato com ferramentas de apoio ao exportador oferecidas pela Apex-Brasil e pelo SECOM Sydney. Por fim, será realizada uma apresentação de caso concreto de um exportador de marca brasileira no mercado australiano.
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Desequilíbrio e comércio em queda
O intercâmbio comercial brasileiro-australiano é marcado por um forte desequilíbrio em favor da Austrália e esse desbalanceamento atingiu o auge no ano de 2011, quando as exportações australianas atingiram o recorde histórico de Us$ 1,957 bilhão, contra exportações brasileiras de US$ 803 milhões.
Nos últimos dez anos, de 2010 a 2019, a Austrália exportou para o Brasil bens no valor total de US$ 12,176 bilhões e em contrapartida as exportações brasileiras somaram pouco mais de US$ 4,976 bilhões.
Em uma década, a Austrália acumulou um superávit de US$ 7,200 bilhões nas trocas comerciais com o Brasil. Nesse período, o fluxo de comércio favoreceu a Austrália em todos os anos, de 2010 a 2019.
Após sucessivos anos com marcas expressivas, o comércio entre os dois países registrou uma queda considerável em 2019, com uma retração de 15,4% nas exportações australianas (que totalizaram US$ 952 milhões) e vendas brasileiras também em queda, ainda que mais suave, de apenas 2,9%, para US$ 457 milhões. Com esses números, a Austrália teve uma participação pouco expressiva na balança comercial brasileira: 0,2% nas exportações e 0,5% nas importações. No ranking de destino e origem das exportações e importações, a Austrália ocupou, respectivamente, o 53º. e 35º. lugares.
A queda nas trocas bilaterais iniciada em 2019 foi ainda mais forte no primeiro semestre deste ano. De janeiro a junho, as exportações brasileiras decresceram 13,3% para US$ 193 milhões, enquanto as vendas australianas desabaram 42,6% e somaram pouco mais de US$ 311 milhões.
A pauta exportadora brasileira para a Austrália é bastante diversificada e tem uma participação importante de produtos manufaturados, de maior valor agregado. No primeiro semestre, os cinco principais bens embarcados para a Austrália pela indústria brasileira foram instalações e equipamentos de engenharia civil (US$ 39 milhões) café não torrado (US$ 26 milhões), sucos de frutas (US$ 13 milhões), calçados (US$ 8 milhões) e demais produtos da indústria de transformação (US$ 8 milhões).
Do lado australiano, a pauta exportadora foi liderada pelo carvão, mesmo em pó, não aglomerado (US$ 211 milhões), seguido por instrumentos cirúrgicos (US$ 15 milhões), alumínio (US$ 15 milhões), aparelhos elétricos para ligação, proteção ou conexão de circuitos (US$ 8 milhões) e carne bovina (US$ 8 milhões).