A “reabertura” da zona nepalesa do Himalaia se dá em um país onde mais de mil casos de coronavírus foram detectados esta semana, totalizando 19.547 desde o início da crise. “Um alívio” As autoridades continuam a “trabalhar” nos protocolos de segurança sanitária, disse Acharya, e especialmente na duração da quarentena que os turistas estrangeiros deverão cumprir. Essa exigência sanitária é uma das principais preocupações dos alpinistas estrangeiros que desejam viajar para o Nepal, afirmou Mingma Sherpa, do Seven Summit, uma das principais empresas deste setor no país. “Seria um alívio se pudéssemos voltar a organizar expedições após uma temporada totalmente virgem na primavera”, disse Mingma Sherpa. As barracas se multiplicam na área do Everest e em outros picos famosos durante a temporada turística. Os alpinistas ficam instalados em espaços confinados, onde é difícil se isolar e respeitar a distância física. Devido à altitude, a respiração é muito mais complicada nessas áreas montanhosas, o que aumentaria o risco de qualquer paciente com coronavírus. Lukas Furtenbach, da empresa Furtenbach Adventures, lembrou que todas as expedições foram canceladas. “Organizar uma expedição agora significaria agir no escuro, e essa nunca foi nossa forma de trabalhar”, ressaltou Furtenbach, acrescentando que “nossa política é que somos responsáveis pela vida dos nossos funcionários e clientes”. No ano passado, o Nepal recebeu 1,2 milhão de turistas. Um terço viajou para a temporada de turismo de outono, em um país onde o turismo representa 8% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados oficiais. Os especialistas consideram que as subidas feitas entre setembro e novembro são mais complicadas do que na primavera, por causa do vento e das baixas temperaturas. Esses fatores acabam reduzindo o número de montanhistas nessa estação. O Everest teve um ano recorde na primavera de 2019, com 885 pessoas chegando ao cume. Destas, 644 subiram pelo lado nepalês. À épocas, as imagens de vários alpinistas concentrados na chamada “zona da morte” deram a volta ao mundo. Em função da pandemia, a China também fechou seu acesso à montanha mais alta do mundo.