Maior bloco político econômico do mundo, com 28 países, sob ameaças de desfragmentação.
| Oda Paula Fernandes
O maior bloco político e econômico do mundo composto por 28 países, a União Européia (UE), comemora o 60° aniversário (25.03) em meio a crescimento e crises, com o Brexit – saída do Reino Unido – que ameaçam a estabilidade e funcionamento interno. Diante do posicionamento da Polônia, de ‘não assinar’ a Declaração de Roma – documento que será firmado pelos países da membros da UE, o maior fantasma é uma possível desfragmentação.
O encontro em Roma comemora o 60º aniversário do tratado de fundação do bloco criado em 1957, pretendia ser uma celebração genuína de um experimento bem-sucedido visando a reconstrução de um continente marcado pelas cicatrizes de duas guerras mundiais.
No entanto, a reunião se apresenta como uma nova tentativa de restaurar a UE. Neste momento, o principal objetivo é garantir a unidade do Bloco. Após a reeleição do presidente do conselho Europeu, Donald Tusk, com 27 votos a favor de sua permanência no cargo dos 28 Estados-membros, o único voto contrario foi o da Polônia. A primeira-ministra polonesa, Beata Szydlo, declarou há duas semanas quando houve a reeleição de Tusk, declarou que a Polônia só vai assinar o documento se ele compreender quatro exigências de Varsóvia: a unidade da UE – ameaçada por pequenos blocos internos; a colaboração entre o grupo europeu e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o reforço do papel dos parlamentares nacionais e maior coesão dentro do Mercado Comum Europeu. “Sem elas, não haverá consenso”, disse Szydlo à emissora Tvn24.
O porta-voz da Comissão Européia, Margaritis Schinas, confirmou o programa do presidente Jean Clauder Juncker para as celebrações dos 60 anos do Tratado de Roma, afirmou sem hesitação. “Sádabo, os 27 chefes de Estado e de governo e os presidentes das instituições européias assinarão a ‘Declaração de Roma’ na mesma sala no qual o tratado original foi rubricado”, assegurou Schinas.
O cenário político europeu avançou muito pouco e as tentativas de restaurar o Bloco continuam sob a pressão de fatores internos e externos, desde a última cúpula realizada em Bratislava, em setembro de 2016. A UE voltou a crescer economicamente e todos os países registram taxas de crescimento positivo do PIB, porém, as pressões financeiras são maiores que os benefícios que deveriam ser proporcionados pelo crescimento da economia.
De forma mais ampla, verifica-se que o grande movimento de restauração que deveria se iniciar após a Cúpula de Bratislava sucumbiu, antes mesmo de dar a partida. Ademais, as políticas de austeridade ditadas pela União afetam a qualidade de vida de grande parte dos cidadãos dos países europeus; as reformas impopulares aumentam as tensões internas e avivam o nacionalismo em todas suas nuances, em diversos países; as mudanças no cenário internacional obrigam a União a reavaliar sua política externa; os discursos de novos líderes ameaça a integração regional; e para agravar a delicada situação do Bloco, a mudança política registrada em diversos locais do mundo modificaram a balança de poder global, levando ao reposicionamento europeu, além da já citada mudança de sua política externa. Fatores que contribuíram para a estagnação.
Com informações da ANSA, BBC Londres, Ceiri Newspaper e Valor Econômico,