Roma, Itália – O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, comentou nesta terça-feira (21) que não aceitará “um acordo menor” do que o esperado nas negociações com a União Europeia (UE), diante da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. “Não aceitarei um acordo menor, com desconto. Ou todos ganhamos ou todos perdemos”, ressaltou Conte durante sua fala no Senado italiano.
Há semanas a Itália busca chegar a um acordo com o Conselho Europeu, que se reunirá na próxima quinta-feira, para debater a criação de um fundo comum para combater as consequências da crise econômica causada pela epidemia. A ideia do “coronabônus” não é aceita por vários países do norte, principalmente a Alemanha e a Holanda.
“A UE e os países da zona do euro não podem se dar o luxo de repetir os mesmo erros cometidos durante a crise financeira de 2008, quando não foi possível oferecer uma resposta conjunta”, lamentou o chefe de governo italiano. Depois de várias semanas de negociações, os ministros europeus das Finanças chegaram a um acordo no último 9 de abril sobre um pacote de resgate econômico estimado em 500 bilhões de euros, deixando em suspensão a questão de tornar a dívida mútua.
Calcula-se que serão disponibilizados 240 bilhões de euros através do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MES), um fundo de auxílio da zona do euro que não tem uma boa reputação por causa das rigorosas medidas orçamentárias que impõe aos países que o utilizam. Depois de ter criticado fortemente o MES, Conte reconheceu nesta terça que deve analisar antes de recusá-lo definitivamente.
Conte reiterou que apresentará “antes do final de semana” as medidas para flexibilizar as restrições, reativar a economia do país e sair de maneira progressiva da crise por causa do novo coronavírus. A Itália se encontra em quarentena desde 09 de março, embora algumas regiões do norte tivessem declarado o confinamento um pouco antes.