O projeto de lei apresentado hoje em conferência de imprensa pelo ministro da Saúde, Jens Spahn, prevê um bônus único de mil euros para pessoal que trabalhe a tempo inteiro na assistência e cuidado direto a idosos. O prêmio estende-se também, em valores menores, variando de 334 a 667 euros, a funcionários em formação, voluntários, trabalhadores a tempo parcial, entre outros.
Spahn expressou esperança de que os empregadores e os estados federados contribuam para completar este bônus até, por exemplo, 1.500 euros, que seria o valor máximo isento de impostos. Segundo o ministro, o pagamento único deste prêmio implica uma despesa de cerca de mil milhões de euros para os fundos da segurança social.
“É um valor bem investido porque atinge precisamente aqueles que trabalham duramente todos os dias, mas gostaria também que isso fosse reconhecido pelos empregadores e eles contribuíssem para este debate”, assinalou, ao referir o “importante e grande trabalho” feito pelos cuidadores e a necessidade de premiá-los.
O subsídio faz parte do esboço de um segundo projeto de lei para a proteção da população numa situação epidemiológica de alcance nacional, que constitui “o reflexo da complexidade desta pandemia”, em que é necessário “responder em muitos aspetos de forma paralela”.
O objetivo do projeto de lei é avaliar melhor o desenvolvimento da pandemia, proteger da melhor maneira possível as pessoas mais vulneráveis, melhorar os procedimentos nos sistemas de saúde e apoiar todos os atores envolvidos, porque tudo depende deles, segundo Spahn.
O ministro acrescentou também a intenção de expandir os testes junto das pessoas mais vulneráveis, com o propósito de detetar e conter as cadeias de infeção mais cedo e agilizar e generalizar a confirmação dos casos de contágio e dos casos recuperados.
Além disso, está previsto destinar cerca de 50 milhões de euros aos 375 serviços de saúde pública no país, particularmente para avançar na digitalização, sendo que há um desejo de aumentar a flexibilidade e reduzir a burocracia, tanto para quem tem seguro, como na administração e saúde pública.
Spahn ressalvou também a solidariedade para com os vizinhos europeus, confirmando que o Estado alemão vai arcar com todos os custos do tratamento de pacientes transferidos do exterior para hospitais alemães, devido ao colapso na saúde nos países de origem.
Questionado sobre a obrigatoriedade de vacinação contra o coronavírus assim que seja possível, o ministro mostrou-se convencido de que a maioria dos cidadãos deseja receber a vacina voluntariamente.
“Quando chegarmos ao nosso objetivo com vontade e bons argumentos, creio que não é necessária a obrigatoriedade”, disse, recordando que as vacinas são “um dos maiores feitos da humanidade”. A Alemanha é o sexto país no mundo mais afetado pela pandemia, depois dos Estados Unidos, Itália, Espanha, França e Reino Unido.
O Instituto Robert Koch, autoridade responsável pela contabilização das vítimas da covid-19 na Alemanha, registou até hoje 157.641 infetados e 6.115 mortes, enquanto o número de recuperados é de 120.400. A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.