“É isto que acreditamos que será realmente o futuro para a nossa indústria de gás e petróleo, a refinação e o ‘downstream’ [refinação e distribuição de produtos petrolíferos] é fundamental porque pode criar muitos projetos e já está na altura de sermos nós a processos os recursos do país dentro do país”, disse o governante durante uma sessão virtual sobre o setor no país.
Na sessão, organizada pela Câmara de Energia Africana, Gabriel Lima reconheceu as dificuldades que a indústria e os produtores de petróleo enfrentam num contexto de preços baixos e da pandemia da covid-19, mas contrapôs que as dificuldades podem ser transformadas em oportunidades.
“Podemos aproveitar a oportunidade e não ficar apenas pelo envolvimento na extração dos nossos recursos, mas sim avançar para os setores do processamento e ‘marketing’, porque muito poucos países africanos estão nesta área do negócio do petróleo e gás”, argumentou.
Prometendo reformas no setor e muitas novidades regulamentares nas próximas semanas, Gabriel Lima deixou três mensagens para as companhias petrolíferas nacionais e internacionais, elencando a necessidade de manter o valor para os acionistas e beneficiar o povo da Guine Equatorial, garantindo a manutenção da geração de receita, a necessidade de assegurar a segurança das operações e vincando, por fim, as vantagens de uma boa relação entre as petrolíferas nacionais e internacionais que operam no país.
A aproximação rápida do segundo semestre, concluiu o governante, deve fazer os pequenos Estados africanos produtores de petróleo focarem-se mais na pesquisa e desenvolvimento, dando extensões das licenças e olhando para 2021 como o ano da ponderação para o futuro pós-pandemia.
Durante o ‘webinar’, Gabriel Lima defendeu também a decisão de Organização dos Países Exportadores de Petróleo de cortar a produção de petróleo em quase 10 milhões de barris diários, criticando os produtores do G20 por não acompanharem os cortes, nomeando os Estados Unidos, o México e a Noruega por “apenas assistirem em silêncio aos cortes dos outros e, assim, não ajudarem, por isso precisam de contribuir [para os cortes]”.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Equatorial lidera em número de infeções (258) e uma morte, seguido de Cabo Verde (114 e uma morte), Moçambique (76), Guiné-Bissau (74 e uma morte), Angola (27 infetados e dois mortos) e São Tomé e Príncipe tem oito casos confirmados.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 211 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 832 mil doentes foram considerados curados. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.