Os comunistas russos comemoraram nesta quarta-feira o 150º aniversário do nascimento do líder bolchevique Lenin com cerimônias discretas e pouco assistidas devido à pandemia de coronavírus. Em Moscou, várias dezenas de comunistas, muitos usando máscaras, visitaram o mausoléu na Praça Vermelha, na capital, apesar do atual confinamento.
Lenin, cujo nome verdadeiro era Vladimir Ulianov, nasceu em 1870 na cidade de Simbirsk, às margens do Volga, renomeada Ulianovsk pelos soviéticos em sua memória, e morreu em 1924.Seu mausoléu estava fechado aos visitantes desde março, aparentemente por motivos de manutenção, mas também devido a medidas contra a pandemia de coronavírus.
O Partido Comunista russo, a maior força de oposição no parlamento (Duma), indicou que os partidários respeitavam a distância social e depositavam flores em pequenos grupos.A maioria deles usava máscaras, embora não o líder do partido, Gennadi Zyuganov. Apoiadores do grupo mais radical anti-Kremlin, a Frente de Esquerda, também participaram da comemoração.
O grupo observou em um comunicado que “a situação atual no mundo, o desenvolvimento de uma crise global acompanhada pelo coronavírus, torna o legado de Lenin ainda mais relevante”. Em outras cidades russas, os comunistas organizaram cerimônias semelhantes.
Na praça principal de Novosibirsk, na Sibéria, o prefeito comunista Anatoli Lokot observou que a pandemia de COVID-19 reivindica as ideias de Lenin a respeito da igualdade. “Os países que optaram por negar o acesso universal à medicina, privilegiando-a para os ricos, enfrentam um enorme problema”, disse ele em discurso publicado no site do PC. Também em outros ex-países soviéticos, incluindo o Quirguistão, os apoiadores comunistas colocaram flores na frente de monumentos.