O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, em sua primeira conversa com jornalista disse a denúncia “é fakenews”, que seu país estuda aliança com BNDES para financiar investimentos e que pretende ampliar parcerias com Brasil. Chapman confirmou que governo americano estuda suspensão de voos do Brasil para seu país e afirma que não será apenas um embaixador de elite e recepções, mas vai “arregaçar as mangas”.
Todd Chapman negou veementemente que tenha ocorrido retenção ou desvio, pelos EUA, de materiais encomendados da China para a prevenção e o combate à pandemia de coronavírus. Ele deu a entender que o que tem ocorrido pode ser especulação entre empresas no mercado internacional. “O que está passando é que muitos fornecedores querem vender para lá e depois para cá. Isso pode estar ocorrendo em todo o mundo“, acredita.
Chapman manteve a negação mesmo ao ser lembrado, pelos jornalistas que, na semana passada, o próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que uma enorme compra realizada pelos EUA na China derrubou encomendas feitas pelo Brasil ao país asiático. O diplomata foi questionado ainda em relação a um grupo de governadores do Nordeste que também afirmou que havia comprado 600 aparelhos respiradores chineses, que seriam distribuídos na região, mas a carga foi retida no aeroporto de Miami.
O embaixador confirmou que o governo americano está analisando a suspensão de voos do Brasil para os EUA, reforçando o que disse o presidente Donald Trump recentemente. Ele ponderou que ainda não existe uma decisão a respeito e lembrou que vivem no Brasil cerca de 260 mil americanos. “Há 16 voos semanais entre EUA e Brasil, com muitos brasileiros e americanos que precisam viajar. Mas é importante proteger os EUA, assim como é importante para o governo brasileiro proteger seu país” afirmou.
Amizade – Todd Chapman, que entregou suas credenciais ao presidente Bolsonaro na segunda-feira (06), iniciou sua coletiva falando que volta ao Brasil, onde trabalhou no consulado americano em São Paulo, em um momento difícil, mas que “está otimista”. Garantiu que já existe uma parceria ampla entre os dois países e espera ampliar ainda mais as boas relações. Disse que as prioridades número 1, 2 e 3 é ajudar o Brasil no combate ao Covid-19. “Quando nossos amigos são mais fortes, prósperos e seguros, os EUA também são”, explicou.
De acordo com o diplomata, o Brasil já dispõe de um canal aberto, direto, com os EUA. Segundo Chapman, há um intercâmbio de conhecimento sobre tudo o que tem sido feito em termos de estudos e descobertas de tecnologias na área de saúde. “Nosso Departamento de Controle de Doenças já trabalha em parceria compartilhando informações sobre a Zica, HIV entre outras”, explicou. O embaixador destacou que as empresas americanas instaladas em território brasileiro de diversos setores, como o automotivo e o farmacêutico, também estão ajudando na fabricação de equipamentos de proteção individual e de respiradores.