O líder norte-coreano, Kim Jong Un, declarou que Pyongyang está abandonando suas moratórias sobre testes nucleares e de mísseis balísticos intercontinentais, informou nesta terça-feira (31/12) a agência estatal KCNA.
“Não há mais base para mantermos unilateralmente o vínculo com o compromisso”, disse Kim a líderes do partido governista. “O mundo vai testemunhar uma nova arma estratégica que a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] deterá no futuro próximo”, acrescentou o líder norte-coreano, anunciando uma “ação impactante” da Coreia do Norte.
“Os Estados Unidos estão fazendo exigências contrárias aos interesses fundamentais do nosso Estado e adotam um comportamento de bandido”. Washington “tem realizado dezenas de exercícios militares conjuntos (com a Coreia do Sul) que o presidente (Donald Trump) havia prometido pessoalmente impedir”, enviou equipamentos militares ao Sul e intensificou as sanções contra Pyongyang.
“Jamais venderemos nossa dignidade”, afirmou Kim, prometendo “uma ação impactante para fazer que [Estados Unidos] pague pelos danos impostos ao nosso povo”. Kim declarou em 2018 que a Coreia não tinha mais necessidade de realizar testes nucleares e com mísseis balísticos intercontinentais (ICBM), e o anúncio desta quarta ameaça acabar com os avanços diplomáticos feitos recentemente nesta área.
A afirmação desta terça-feira, diante de um plenário lotado do comitê central do Partido dos Trabalhadores, deixa claro que a Coreia do Norte prefere enfrentar sanções internacionais para preservar sua capacidade nuclear, e derruba os esforços diplomáticos dos dois últimos anos. As negociações nucleares envolvendo Trump e Kim estavam estancadas desde o fracasso da cúpula de Hanói, em fevereiro, e a Coreia do Norte havia estabelecido o prazo até o final de 2019 para que os Estados Unidos fizessem concessões.