BUENOS AIRES, 13 JAN (ANSA) – Por Graciela Cutuli. O histórico Viejo Expreso Patagónico, percurso de trem também conhecido como “la Trochita” e que serviu de inspiração para escritores como Bruce Chatwin e Paul Théroux, fará um caminho diferente no próximo dia 21 para ampliar suas rotas pela Patagônia argentina e criar um novo ponto de partida na turística cidade de Bariloche.
Esta viagem combinará trens históricos realizando rotas com um cenário incrível. Mas a ideia é, se ela funcionar, repeti-la e mantê-la como um tour regular partindo de Bariloche, levando o turismo a locais mais remotos como Ingeniero Jacobacci e Ojo de Agua, na província de Río Negro”, explicou à ANSA o especialista de turismo ferroviário Héctor Cassano.
“Essa é a primeira vez na nossa história que esse itinerário irá se operar combinado turisticamente”, ressaltou Cassano. Além disso, ele poderá ampliar a um número maior de visitantes, muitos deles estrangeiros e amantes dos trens históricos, o uso turístico de “la Trochita”, que atualmente realiza um caminho curto partindo da cidade de Esquel, no lado das cordilheiras da província patagônica de Chabut, ao sul de Río Negro.
“A primeira etapa da viagem será feita com um Trem Expresso Regional (TER) de 1969, trazido da Espanha e que restam atualmente quatro exemplares no mundo. O único que está em funcionamento é o da Argentina, que serve de transporte para a população de Jacobacci”, explicou o argentino. Após a saída, que acontecerá às sete da manhã do dia 21, serão realizadas quatro horas de viagem pela estrada R-95, considerada uma das rotas mais bonitas da Patagônia.
O caminho entre Bariloche e Jacobacci é de quase 200 quilômetros e passa por vários locais curiosos pouco conhecidos, como o Viaducto Ñirihuau, a Curva del Huevo, a Estación Romántica de Perito Moreno, o Bosque Itinerante, La Fragua, o viaduto Pichi Leufú, Pilcaniyeu, Comallo, o Cañadón de la Viuda, Clemente Onelli, a Estação Fantasma do km 648 e o Tramo Bitrocha, onde as estradas patagônicas se justapõem às de “la Trochita”.
O desembarque para o trem “la Trochita” acontecerá em Jacobacci. De lá ainda serão percorridos 16 quilômetros até o começo da subida da montanha. O itinerário ainda prevê uma parada para visitar pinturas rupestres de 5 mil anos e a tradicional refeição do “asado” argentino em Ojo de Agua.
“É um projeto piloto. Há anos os turistas de Bariloche pedem novas experiências. A cidade transborda turismo e assim poderíamos levá-los a Jacobacci e Ojo de Agua, locais que não são tão conhecidos”, concluiu Cassano. (ANSA)