O ano de 2019 é histórico para Brasil e Coreia do Sul: nesta quinta-feira (31) completam-se 60 anos de relações diplomáticas entre os dois países. Na Coreia, 60 anos significam o período de um ciclo, com celebrações festivas para comemorar o sexagenário. Longos ou curtos —tudo depende do referencial—, foram 60 anos em que Brasil e Coreia, como países parceiros, puderam caminhar juntos, reafirmando as relações de amizade entre si.
As visitas recíprocas entre os chefes de Estado dos dois países já se tornaram um costume, e o intercâmbio humano em várias frentes, como a política, a economia e a cultura, cresceu de forma pujante. Por ano, são mais de 40 mil coreanos visitando o Brasil, e quase 20 mil brasileiros visitando a Coreia. Os bons sentimentos que coreanos e brasileiros nutrem uns pelos outros fazem valer a pena as mais de 24 horas de voo para conhecer o país amigo.
As relações econômicas entre o Brasil e a Coreia do Sul, mesmo com altas e baixas, estiveram sempre em constante crescimento. O comércio bilateral atual está na casa dos US$ 10 bilhões, mas já esteve perto dos US$ 20 bilhões. Empresas coreanas globais estabeleceram-se no Brasil e aqui produzem produtos eletrônicos, automóveis, chapas de aço, entre outros, contribuindo para a criação de empregos e o desenvolvimento econômico regional.
Brasil e Coreia devem se preparar para um novo ciclo de 60 anos. Para tanto, é necessário uma nova forma de estreitamento bilateral —e que seja transformativo e sistemático.
O acordo comercial entre a Coreia do Sul e o Mercosul, em andamento, poderá ser a estrutura ideal para construir essa forma de estreitamento, proporcionando aos dois países uma maior aceleração —tanto no crescimento do comércio e investimentos como nas cooperações econômicas e industriais.
A península da Coreia chega a mais um momento crucial histórico. A dramática mudança na situação peninsular começou com os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, em 2018. No espírito olímpico de paz e harmonia, as duas Coreias retomaram as conversas e as negociações intercoreanas levaram ao diálogo entre os EUA e a Coreia do Norte. Esperamos que os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, no Japão, também superem qualquer confronto entre nações e tragam paz e amizade.
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, já havia dito que “se não houver paz na península da Coreia, não há paz no nordeste asiático; se não houver paz no nordeste asiático, não há paz no mundo”. Até que a paz se estabeleça na península coreana, por meio da desnuclearização, a Coreia do Sul espera contar com o contínuo e efetivo apoio do Brasil e da comunidade internacional.
“Panela velha é que faz comida boa”. Essa máxima popular brasileira explica perfeitamente a relação entre o Brasil e a Coreia. Se os dois países continuarem a caminhar juntos com base na boa e velha amizade dos últimos 60 anos, o futuro de ambos será muito mais brilhante.
Espero que 2019 seja o ano em que possamos reafirmar essa posição. Vamos juntos avançar para a prosperidade comum entre o Brasil e a Coreia do Sul!