Sob a liderança do Partido Comunista da China, a população chinesa conseguiu em 1949 fugir de uma série de conflitos, ao emergir uma nova democracia em setembro 1949. Naquele ano, no dia 01 de outubro, foi fundada a República Popular da China. O 70º aniversário do país foi comemorado na quarta-feira (25), no Centro de Convenções Internacionais de Brasília (CICB).
Durante o evento, os convidados puderam assistir a uma apresentação cultural da Orquestra da China, além de uma exposição com fotos ilustrando os 45 anos de relações diplomáticas com o Brasil, também comemorado na festa.
Na ocasião, o Embaixador da China, Yang Wanming relatou que ao longo das últimas sete décadas graças aos esforços conjuntos do povo chinês, “a China deixou de ser um país fechado, atrasado e pobre, e se transformou em uma nação aberta e próspera, com uma projeção internacional cada vez mais destacada”.
Segundo o diplomata, o crescimento da economia chinesa chamou e continua chamando a atenção de todos pelo seu grande salto nas últimas décadas. “Nesses setenta anos, no plano econômico, conseguimos a “velocidade chinesa”. O PIB cresceu dos 60 bilhões de iuanes em 1949 para os 90 trilhões no ano passado, colocando o país na posição de segunda maior economia mundial”. Hoje a China ocupa o lugar de maior produtor industrial do mundo, e tem o maior volume de comércio internacional de mercadorias e a maior reserva de divisas do planeta.
Yang Wanming afirmou que durante os últimos setenta anos, foi criado “o modelo chinês”, no âmbito social, no qual a nação se tornou o primeiro país em desenvolvimento a atingir a meta de redução da pobreza da ONU, respondendo por 70% da meta global. “Nas últimas quatro décadas, setecentos milhões de chineses saíram da pobreza, um número maior que a população europeia. A escala da previdência social da China e a quantidade de seus beneficiários também são os maiores do mundo”, declarou.
Cooperação – Wanming frisou a importância da parceria estratégica entre Brasil e China, que conforme apontado pelo embaixador, tem obtido esforços incansáveis de várias gerações e se desenvolvido de forma estável, ganhado uma relevância estratégica e global. “A nossa confiança política mútua é mais sólida. Em maio deste ano, o vice-presidente Hamilton Mourão fez uma visita bem-sucedida à China logo após a posse do novo governo brasileiro. Ele se reuniu com o presidente Xi Jinping e co-presidiu com a autoridade chinesa a 5ª reunião da COSBAN, a Comissão Sino-brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação”.
Além disso, das várias trocas de visitas entre os dois governos, o diplomata lembrou que em julho deste ano, o conselheiro de Estado e chanceler da China, Wang Yi, visitou o Brasil. Ele se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro e realizou com o chanceler Ernesto Araújo o terceiro Diálogo Estratégico Global Brasil-China. “Atualmente, estamos aumentando os preparativos para a visita de Estado do presidente Bolsonaro à China no final de outubro. O presidente Xi Jinping também virá ao Brasil em novembro por ocasião da Cúpula do BRICS. Esperamos que resultados frutíferos sejam alcançados com a visita de ambos”.
A força motriz da cooperação entre Brasil e China vem se fortalecendo. De acordo com o embaixador, nos últimos 15 anos, a China investiu cerca de 80 bilhões de dólares no Brasil, montante 350 vezes maior que o dos 30 primeiros anos das relações diplomáticas entre os países. “Atualmente, as duas nações estão impulsionando o alinhamento entre a Iniciativa do Cinturão e Rota e o Programa de Parcerias de Investimentos, o que vai permitir uma maior coordenação das nossas políticas macroeconômicas, o alinhamento em termos de capital, tecnologia, equipamento e mercado”.
BRICS – Este ano o Brasil exerce a presidência do BRICS, bloco formado também por Rússia, Índia, China e África do Sul. De acordo com o embaixador, que citou a Reunião dos Chanceleres do bloco realizada em julho deste ano, os cinco países reafirmaram o consenso sobre a construção de uma economia mundial aberta, reforçando os valores do bloco, além de apoiar o papel do governo brasileiro nessa nova fase do bloco. “A China aprecia o papel fundamental de coordenação que o Brasil exerce na sua presidência e respaldamos a iniciativa de definir a cooperação na inovação científico-tecnológica e a economia digital como prioridades de cooperação na nova era do BRICS”.
História – No dia 01 de outubro de 1949, o líder do Partido Comunista Chinês, Mao Tsé-Tung, realizou um histórico discurso oficial, afirmando que a data passaria a ser então celebrada todos os anos como o Dia Nacional da China. O anúncio foi realizado na Praça Tiananmen (também conhecida como a Praça da Paz Celestial), em Pequim, e veio acompanhado de uma grande celebração: o momento que marcava o estabelecimento de um novo país. Nesse evento, foi hasteada pela primeira vez, a bandeira nacional chinesa, em frente a um público de cerca de 300.000 pessoas.