Para o Cazaquistão, este dia significa muito. Vítima de testes nucleares durante a era soviética, o Cazaquistão sempre foi um defensor da paz e da não-proliferação nuclear.
Em 29 de agosto de 1991, o Primeiro Presidente do Cazaquistão Nursultan Nazabayev por seu decreto histórico pôs fim a mais de 40 anos de desenvolvimento e testes de armas nucleares no território do Cazaquistão e fechou o local de testes nuclear de Semipalatinsk. Após o fechamento do local de testes de Semipalatinsk, o Cazaquistão tomou ainda mais iniciativa histórica quando renunciamos voluntariamente ao quarto maior arsenal nuclear do mundo. Renúncia de armas nucleares e status nuclear foi nossa escolha consciente e sincera, um ato voluntário apoiado por todo o povo do Cazaquistão. Desde então, a questão do desarmamento e não-proliferação nuclear tornou-se uma das principais prioridades da política externa do Cazaquistão. Há 10 anos, por iniciativa do Cazaquistão, a Assembleia Geral da ONU, durante sua 64ª sessão, adotou por unanimidade a resolução 64/35 que designa o dia 29 de agosto como o Dia Internacional Contra Testes Nucleares.
Este dia nos lembra das consequências catastróficas dos testes nucleares e da necessidade de aboli-las de uma vez por todas como meios para um mundo livre de armas nucleares. Ela serve como um lembrete anual da importância de manter os esforços internacionais para continuar o desarmamento nuclear, inclusive através da entrada em vigor definitiva do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, que estava aberto para assinatura em 1996.
Estamos orgulhosos de que no mundo de hoje, o Cazaquistão detém a posição de liderança no movimento anti-nuclear global. Unimos quase todos os ferramentas internacionais no campo da segurança nuclear, além de servir como o país anfitrião do banco de urânio de baixo enriquecimento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para fornecer ao mundo um suprimento garantido de combustível para energia nuclear cívica.
Gostaria também de enfatizar outra grande conquista nessa direção, ou seja, o lançamento em 2012 do Projeto ATOM, um acrônimo para “Abolish Testing. Our Mission”, uma campanha internacional destinada a exortar todas as pessoas a exigirem um mundo sem testes de armas nucleares e buscar a eliminação de todas as armas nucleares.
Em 2009, o Cazaquistão, juntamente com Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão, estabeleceu a Zona Livre de Armas Nucleares da Ásia Central (CANWFZ), da mesma forma que estados latino-americanos e caribenhos que contribuíram para a ideia política de paz e desarmamento ao estabelecer zona livre de armas nucleares com o Tratado de Tlatelolco assinado em 1967. Este ano é um jubileu para o CANWFZ, que tem funcionado por 10 anos e até hoje continua a ser a única zona livre de armas nucleares no hemisfério norte. Além disso, a CANWFZ é essencialmente uma ilha livre de armas nucleares entre os estados com armas nucleares. Como observou o Primeiro Presidente Nursultan Nazarbayev, adiantando essa ideia, “a criação de zonas livres de armas nucleares é um dos meios mais eficazes na luta contra sua disseminação”. Portanto, por iniciativa do Líder da nação, em 28-29 de agosto deste ano em Nur-Sultan, realizou-se uma reunião de representantes de zonas livres de armas nucleares.
O Cazaquistão e o Brasil compartilham uma posição comum sobre não-proliferação e desarmamento e, como reconhecidos globalmente como promotores leais do mundo livre de armas nucleares, devemos estar prontos a apoiar e cooperar com todos os estados para abolir armas nucleares e fortalecer o desenvolvimento sustentável, a paz e a segurança. Acreditamos que nosso planeta no futuro deve se tornar uma zona universal livre de armas nucleares. Com a observância do Dia Internacional Contra os Testes Nucleares, gostaria de reiterar que o Cazaquistão, em nível nacional, defende consistentemente o desarmamento nuclear e está empenhado em trabalhar arduamente para alcançar um mundo livre de armas nucleares.
Kairat Sarzhanov
Embaixador do Cazaquistão
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