| Oda Paula Fernandes/ Liz Elaine Lôbo
Fotos: Rafael Luz
O embaixador da república do Líbano, Joseph Sayah, recebeu nesta terça-feira (22), na sede da embaixada, compatriotas e convidados ilustres para comemorar mais um aniversário de independência daquele país. No Brasil há a maior concentração de libaneses e descendentes do mundo, é, inclusive, maior que a população do próprio país.
Entusiasmado, o diplomata rememorou os avanços daquele povo, ressaltou a cordial relação com o Brasil e da ansiedade pela paz no território libanês. Para ele, assim como para todo o povo libanês, é a esperança de bons tempos futuros que aspiram os rumos desta civilização. “Na verdade estamos ansiosos para que todos os conflitos violentos e armados cheguem ao fim, para que todos os povos do oriente médio possam viver em paz e harmonia”, almeja o diplomata.
“Faz 73 anos que o Líbano conquistou sua independência. Foram anos de glória, realizações e de notória prosperidade, período em que o Líbano se tornou um símbolo de crescente democracia e coexistência pacífica entre todos os grupos religiosos e étnicos que compunham a sociedade libanesa”, ressaltou o embaixador.
Mas, de acordo com Joseph Sayah, houve também anos de conflito, luta e tristeza. “Quando o Líbano e o povo libanês pagaram o alto preço por fazerem parte de uma região conflituosa e turbulenta, lições foram aprendidas e concessões foram feitas. E os sacrifícios eram muito caros. Mas apesar de tudo isso, nada, nem ninguém foi capaz de tirar do povo libanês o apego à democracia, ao compromisso com os valores humanos, sem mencionar seu amor pela boa vida”, enfatizou Joseph Sayah.
Para o embaixador, o Líbano prova uma vez mais que tem resistido e que sobreviveu ao que ele define como “a inveja de alguns, à ganância de outros e a hegemonia de aqueles que são poderosos”. Para o povo libanês, com as novas eleições legislativas marcadas para a primavera de 2017, o Líbano caminha com passos firmes para garantir a unidade e segurança de sua população contra ameaças de terrorismo e fanatismo que afetaram a região.
“Em tempos que a democracia luta para sobreviver, o Líbano ainda tem a livre iniciativa de praticar o processo democrático, vem cumprindo com suas obrigações humanitárias para com os mais de 1.5 milhões de irmãos abrigados em fronteiras libanesas, longe de uma guerra mortal que deve chegar ao fim”, lembra Sayah.
Para ele, assim como para todo o povo libanês, é a esperança de bons tempos futuros que inspiram os rumos desta civilização. “Na verdade estamos ansiosos para que todos os conflitos violentos e armados cheguem ao fim, para que todos os povos do oriente médio possam viver em paz e harmonia”, disse o diplomata.
Joseph Sayah falou também da boa relação entre o Brasil e o Líbano que dispensa qualquer comentário, haja vista que, as relações são de cooperação mútua. “A economia desses dois países estão crescendo rapidamente e com confiança”, garante o embaixador. O cardápio do jantar foi diversificado com pratos tradicionalmente libaneses
O Líbano – Metade da população libanesa vive na região metropolitana de Beirute. Fundada por fenícios séculos antes de Cristo, Beirute foi ocupada por gregos, romanos, bizantinos, árabes e otomanos. A palavra Líbano significa “branco” no idioma hebraico, porém, o idioma oficial do país é o árabe. No entanto, na escola, as crianças aprendem já nos primeiros anos de alfabetização línguas estrangeiras como o inglês e francês.
Uma curiosidade é que o árabe falado no Líbano é de difícil compreensão para os arabófonos (conhecidos como países árabes) de outros países do Oriente Médio. A mistura de povos ajudou a criar um dialeto com fortes influências da língua turca, do francês e do inglês. Na bandeira do Líbano, o símbolo é o da árvore típica do país: o cedro-do-Líbano. Na antiguidade, a madeira do cedro foi largamente utilizada. A árvore é citada 75 vezes na Bíblia. Com enorme diversidade religiosa, quase 60% da população é mulçumana, enquanto que cristãos armênios, cristãos ortodoxos, coptas, drusos, católicos, judeus e outras religiões divedem os 40% restantes.
O maior império da história da humanidade é o Império Otomano, que liderou Istambul (Turquia), Sofia (Bulgária), Atenas (Grécia), Bagdá (Iraque), Alexandria (Egito), Meca (Arábia Saudita) e Beirute (Líbano) fazendo parte de um mesmo reinado. A bebida típica do país é o arak, uma espécie de bebida alcoólica de tâmaras ou uvas com anis. O arak possui alto teor de álcool e é normalmente consumido com gelo ou diluído em água. Na gastronomia, entre os pratos mais típicos do Líbano estão: homus, kebab, quibe, mezze, esfiha e baba ganoush.
No Brasil há a maior concentração de libaneses e descendentes. , recebeu um grande contingente de imigrantes libaneses a partir do final do século XIX – época em que o Líbano fazia parte do Império Otomano. A maior parte do fluxo migratório foi em direção às regiões Norte e, principalmente, Sudeste. O número é maior até mesmo que a quantidade atual de libaneses no Líbano.