Durante o Século XVII, surgiu na Europa um movimento que irradiou pelo globo e modificou a história da humanidade. O iluminismo foi um movimento social e revolucionário, defendia a racionalidade como solução para os grandes problemas da humanidade. Como reflexo, o antropocentrismo e a ciência se propagaram pelos séculos subsequentes. Após 300 anos, o método científico e as inúmeras áreas de estudo das ciências (naturais, humanas e biológicas) ocasionaram o desenvolvimento da sociedade moderna. Nesse ponto, dada a premissa econômica de que os recursos são escassos e as necessidades infinitas, o movimento ambientalista surgiu lastreado em vários estudos científicos (aquecimento global, agrotóxico, desmatamento, importância do ecossistema) que demonstraram a necessidade de um desenvolvimento sustentável – tanto para preservar o planeta para as gerações futuras como para garantir a sobrevivência das atuais gerações. A Amazônia é um dos ativos ambientais mais importantes do planeta. O complexo de conservação da Amazônia Central é uma das regiões mais ricas em biodiversidade do mundo – no ano 2000 foi incluída pela UNESCO no rol dos Patrimônios da Humanidade. Nos tempos atuais, a conservação e a proteção do meio ambiente estão sendo vilipendiadas pela política desenvolvimentista nacional, relegando a sustentabilidade para um segundo plano, consequentemente, ocasionando um aumento do desmatamento. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em junho de 2019, o desmatamento na Amazônia Legal alcançou o expressivo número de 900 km², um aumento de 90,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Diante da situação alarmante, o governo federal adotou a estratégia de tampar o sol com a peneira. Questionando os dados e a própria instituição (ao velho estilo da inquisição), a Administração ponderou que o satélite utilizado pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real não teria precisão, pois computaria áreas que não estão completamente desmatadas. Ocorre que a maior parte do desmatamento da Amazônia Legal concretiza-se sob a cobertura das copas das árvores, cuida-se do desmatamento encoberto. Enaltecida pelo planalto, a análise de corte raso reflete apenas o estágio final do processo de desmatamento, sendo ineficaz na ilustração da realidade ambiental. A escolha pelo desenvolvimento a qualquer custo é uma opção política, mas, assim como toda escolha, envolve consequências que não podem ser mascaradas. É necessário compreender que onde se planta batata não se colhe tomate.