Em noite de festa, embaixador recebe convidados em Brasília
| Oda Paula Fernandes
Fotos: Rafael Luz
O embaixador da república de Angola no Brasil, Nelson Manuel Cosme, recebeu sexta-feira (11/11), no Clube Naval em Brasília, convidados para festejar os 41 anos de independência do país. Apresentações de dança e música animaram os presentes. Participaram da festa, o governador de Brasília Rodrigo Rollemberg, acompanhado da primeira dama, Márcia; embaixadores de vários países, empresários e membros da comunidade angolana. O cantor Martinho da Vila e o jogador Petkovic foram atrações à parte. O cardápio foi diversificado tanto com pratos tradicionalmente brasileiros como angolanos.
“Podemos afirmar que Angola é um país vindo do nada e luta por questões ligadas a paz e estabilidade na África, de boa vizinhança e colaboração”, afirmou o embaixador ao agradecer a presença de todos. Quanto à relação entre Brasil e Angola, Nelson Manuel Cosme reafirmou a importância dessa parceria no processo de reconstituição da Nação. “Ao longo dos 41 anos de independência, Angola têm lutado com apoio do Brasil na reconstrução nacional do país, dentro do espírito da parceria estratégica estabelecida entre ambos, que nos fortalece”, revelou Cosme.
O embaixador falou de dois dos maiores desafios atuais. A Preparação do processo de realização das novas eleições gerais presidenciais em 2017 e a promoção do desenvolvimento sustentável, aliando o contexto econômico mundial. “Estes dois desafios tomam uma amplitude significativa pois este ano comemoramos a nossa independência no contexto econômico difícil, a economia global e a economia local sofrem impactos da crise”, lembrou o embaixador Cosme.
Para o governador do GDF, Rodrigo Rollemberg, “Estamos fortalecendo esses laços de amizade, de integração social, econômico e cultural entre Brasília e Angola. O tempo de crise é também tempo de desafios. Eu tenho convicção que a forma de superar esses desafios é ampliando a integração entre os povos”, declarou o governador.
Angola – A 11 de Novembro de 1975, o nacionalista António Agostinho Neto proclamou a independência da República Popular de Angola, tornando-se, na sequência, o primeiro Presidente do país. Ficou no cargo até 1979. Com enorme potencial de desenvolvimento, já que têm muitos recursos naturais como o petróleo, diamantes e urânio, Angola é um grande país do Sul de África. A administração pública do país atualmente está sob o comando do presidente da República de angola José Eduardo dos Santos.
José Eduardo integrou-se no MPLA, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que é um partido político de Angola, o qual está à frente do país desde sua independência de Portugal em 1975. Foi, inicialmente, um movimento de luta pela independência de Angola, transformando-se num partido político após a Guerra de Independência de 1961-74.
Em Novembro de 1961, no exílio, José Eduardo deu início à carreira política. Licenciou-se, em 1969, em Engenharia de Petróleos no Instituto de Petróleo e Gás de Baku (antiga União Soviética). Ao regressar ao país, foi ministro das Relações Exteriores no primeiro Governo constituído depois da Independência de Angola, eleito presidente do MPLA a 20 de Setembro de 1979 e investido no cargo de Presidente da República Popular de Angola até outubro de 1992, altura em que decorreram as eleições presidenciais das quais saiu vencedor no primeiro turno. A marca foi surpreendente, com 49,6% dos votos.
Angola passou por inúmeras tentativas de criação das condições objetivas e subjetivas para o lançamento de profundas reformas econômicas e políticas. Com o apoio de jovens saídos das faculdades de Engenharia, Direito e Economia. Vítimas de guerras, situação não permitiu que essas reformas tivessem uma materialização mais rápida. Os Acordos de Bicesse, surgidos na sequencia dessa abertura, acabaram por permitir um interregno no conflito militar criando condições para a adoção de um regime democrático e de mercado livre. Entre 1986 e 1992 José Eduardo dos Santos esteve na base dos esforços de pacificação no país e na região, que culminaram com a retirada das tropas invasoras sul-africanas, o repatriamento do contingente cubano, a independência da Namíbia e o fim do regime do “apartheid “ na África do Sul.
Os retornados – São pessoas que nasceram em Angola e que não tinham qualquer tipo de ligação com Portugal, país colonizador daquela nação. Depois da Guerra da Independência de Angola, as pessoas de origem portuguesa nascidas em território angolano tiveram de imigrar para Portugal, por questões de segurança e inviabilidade financeira para permanecerem no país. Em Lisboa, desembarcaram em um país, que para a maioria, era completamente estrangeiro.