Em noite de comemoração, embaixador anunciou aposentadoria diplomática
| Oda Paula Fernandes
Fotos: Rafael Luz
O embaixador da República Tcheca no Brasil, Jiri Havlik, celebrou os 98 anos da independência Tcheca, na noite do dia 27, no clube Porto Vitória, em Brasília. Na ocasião o embaixador anunciou aposentadoria tornado então, aquela, a última comemoração como diplomata. Estiveram presentes embaixadores, membros do corpo diplomático e convidados.
“Neste ano, o meu país lembra o aniversário dos 700 anos do nascimento do imperador Romano Rei Tcheco Carlos IV, foi ele que no século XIV transformou num país rico e poderoso, mas não educado no reino abundante da cultura, artes e educação. Se agora Praga é a capital isso devemos, sobretudo, a Carlos IV”, lembrou Jiri Havlik.
Segundo o embaixador, a república tcheca está ligada ao Brasil há longo tempo por excelentes relações e este ano de 2016 foi excepcional. “Foi uma grande honra para meu país, poder participar dos jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio de Janeiro pela primeira vez na história, no continente América do Sul. Temos que parabenizar ao Brasil tanto no ponto de vista de organização quanto de segurança”, afirmou o embaixador.
Na despedida, Jiri Havlik festejou ser o Senhor de seu próprio tempo. “Agora posso viver como homem comum, livre”, comentou o embaixador ao anunciar também um novo evento realizado pela embaixada; uma exposição de fotografias. “As fotos fazem parte de uma exposição que será inaugurada em Brasília, no início do mês de Dezembro e conta a história da República Tcheca”, adiantou o embaixador.
A primeira secretária Tcheca, Sandra Lang Linkensederová (foto), falou dos movimentos realizados pela embaixada, em especial no ano passado com a participação do SESC em exibição de fotos. “É um trabalho de divulgação cultural do nosso país para que o Brasil possa conhecer ainda mais da nossa história”, ressalta Sandra.
História- A data nacional é comemorada no dia 28 de Outubro, ocasião em que se lembra a fundação da Tchecoslováquia que até a sua independência em 1918, era um reino tcheco. Relatos históricos apontam as várias mudanças entre Períodos de independência e de subordinação a vizinhos poderosos. Por cerca de 400 anos, de 1526 a 1918, o reino tcheco viveu incorporado ao império Austro – Húngaro governado pela família Habsburg por quase 400 anos (1526 a 1918).
Neste período houve forte tentativa austríaca para “germanizar” o povo tcheco e convertê-lo à religião católica. Ao fim da Primeira Guerra Mundial, os tchecos reconquistaram a sonhada independência, libertando-se do jugo austríaco. Nascia aí a primeira república, chamada Tchecoslováquia, resultado da união com a Boêmia e a Moravia que abrigavam o povo tcheco, a Eslováquia e o povo de uma pequena parte da Rússia, situada aos pés das montanhas Carpatas.
O presidente eleito na nova república era professor, filósofo e intelectual de grande prestígio na comunidade internacional, Tomás G. Massaryk. A economia era movimentada nas regiões da Boêmia e da Morávia, dentro da República, fortemente industrializadas, o que conferia alto padrão de vida. Já a parte eslovaca, de forte influencia húngara, era mais voltada para agrícola. Nas duas décadas seguintes a Tchecoslováquia apresentou grande crescimento e desenvolvimento de seu parque industrial, do sistema democrático formado por um parlamento, partidos políticos, primeiro ministro e o presidente.
A ascensão de Hitler ao poder na Alemanha vizinha dividiu o país. A minoria alemã que vivia na Tchecoslováquia começou a organizar um movimento contrário ao governo no ano de 1938, culminando na anexação da parte da república Tcheca ao 3º Reich de Hitler. Em 1939 os alemães ocuparam o que restava da república. A parte eslovaca proclamou independência, criando o estado Eslovaco, e se aliou a Hitler. Assim terminou a Primeira República da Tchecoslováquia, cuja fundação, no dia 28 de outubro de 1918, é comemorada.