O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endossou publicamente um comentário crítico feito pela Coreia do Norte ao ex-vice-presidente Joe Biden, minimizando ainda críticas de que ele estaria escolhendo o lado de um ditador estrangeiro e não o de um conterrâneo norte-americano.
“Bem, King Jong Un fez uma declaração de que Joe Biden é um indivíduo de QI baixo. Ele provavelmente é, de acordo com seu histórico”, disse Trump em uma entrevista coletiva em Tóquio.
Os comentários de Trump em palco internacional reforçaram uma publicação feita por ele no Twitter no último sábado com uma mensagem semelhante, e provocaram críticas ao presidente nos Estados Unidos.
Na semana passada a agência de notícias estatal norte-coreana emitiu um ataque mordaz a Biden, que tem sido crítico ao país asiático.
Trump tem aumentado as críticas em relação a Biden na medida em que aumenta a popularidade do ex-vice-presidente nas pesquisas de opinião para a indicação do Partido Democrata para a eleição presidencial do ano que vem, quando Trump tentará a reeleição.
Trump normalmente zomba de seus adversários políticos em seus pronunciamentos, mas seu tweet de domingo e seus comentários na segunda-feira foram notáveis pois ele os fez no exterior —uma prática tradicionalmente condenada na política norte-americana— além de ter concordado e se alinhado a Kim, considerado por muitos como um brutal ditador.
Trump falou durante o final de semana do Memorial Day, um feriado nacional que homenageia os norte-americanos que morreram servindo as Forças Armadas.
“Endossando ditadores truculentos e não nossos aliados na região?” publicou no twitter a Senadora Amy Klobuchar, uma das possíveis candidatas à nomeação presidencial democrata. “Isso não mostra a força dos Estados Unidos: Ainda caçando um acordo, Trump apoia Kim Jong Un em opinião sobre Biden, Bolton e Japão”.
O assessor de Segurança Nacional de Trump, John Bolton, na semana passada disse que os testes de mísseis da Coreia do Norte “sem dúvidas” violavam resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Na segunda-feira Trump se referiu a Bolton e disse que tinha uma opinião diferente.
“Vamos ter que aposentar a expressão ‘sem precedentes’ durante a Presidência de Trump”, disse Larry Sabato, um historiador presidencial e diretor do Centro de Política da Universidade da Virgínia.
“Isso está se tornando o novo normal. E lamentável, é claro”, escreveu no Twitter.