Para noite de festa, embaixador coreano traz pianista mundialmente famoso.
| Oda Paula Fernandes
Fotos: Rafael Luz
O Embaixador da República da Coréia, Jeong-gwan Lee, trouxe ao Brasil o pianista Kun Woo Paik, um dos mais importantes da sua geração para celebrar a Data Nacional daquele país. O músico se apresentou, dia 11/10, acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, sob a regência do Maestro Claudio Cohen, no Teatro Pedro Calmon, em Brasília.
Na comemoração estavam presentes embaixadores de várias nacionalidades, adidos internacionais, estudantes e grupo de crianças atendidas pela Vila da Criança no Distrito Federal (DF). Esta foi a primeira vez que o pianista se apresenta no Brasil. O Brasil é o único país latino-americano que possui Embaixadas residentes nas duas Coreias.
O embaixador Jeong-gwan Lee falou das relações da Coréia com o mundo e com o governo brasileiro, além de ressaltar a satisfação de comemorar, naquela data, o nascimento do país dele, a Coréia. Ele aproveitou a ocasião para falar da admiração pelo Brasil. “Estamos a dois meses do fim do ano de 2016 e vimos que o povo brasileiro vivenciou muitos acontecimentos. Apesar das grandes dificuldades político e econômico enfrentadas pelo Brasil durante este ano, penso que, principalmente em função das atividades econômicas, as empresas coreanas estabelecidas aqui, a cooperação bilateral dos dois países vêm crescendo de forma contínua”, declarou Jeong-gwan.
Segundo o embaixador coreano, este é o momento de esperar a reação brasileira diante dos recentes acontecimentos na política e na economia. Ele lembrou ainda que a Coréia tem feito significativas contribuições durante esse processo de recuperação pela qual o Brasil está passando e acredita em um futuro de prosperidade econômica. “Acredito que quando ele alcançar sua plena recuperação, a relação bilateral alcance um patamar qualitativa e quantitativamente superior”, declarou o embaixador da Coréia do Sul.
Tocado pela noite de festiva, Jeong-gwan fez questão de registrar a experiência dos Jogos olímpicos, vividos aqui no Brasil em agosto deste ano. “Mas acima de tudo gostaria de lembrar a realização dos Jogos Olímpicos do Rio 2016, o qual certamente ficará vivo em minha memória. Particularmente, tive a oportunidade de assistir ao evento de abertura e ainda posso sentir a profunda emoção que fui tomado ao testemunhar a grande força do Brasil e suas infinitas possibilidades, mostradas nesse evento. Assim, aproveito este momento para enaltecer o governo e o povo brasileiro pelo grande espetáculo que proporcionaram”, disse Jeong-gwan, anunciando o espetáculo da noite, a apresentação do pianista coreano Kun Woo Paik.
O pianista – Kun tocou os concertos de Maurice Ravel em Sol maior e L.v.Beethoven no.3 Op.37. Considerado como um dos pianistas mais importantes da sua geração, Kun é prestigiado por diversos prêmios, como a medalha de ouro do Concurso internacional de piano Busoni.
Kun Woo Paik nasceu em Seul e é muito admirado pela forma apaixonada e virtuosa de tocar. Aos 10 anos teve o primeiro concerto e aos 15, ele foi realizar o sonho de estudar música e mudou-se para Nova York. Em 1974, o pianista fez sua estreia na Europa com três recitais consecutivos no Wigmore Hall, em Londres, seguido em 1975 por um recital na Filarmonie de Berlim. Tem colaborado com maestros famosos – Mariss Jansons, Lorin Maazel, Yu Long, Wolfgang Sawallisch, Sir. Neville Marriner. Além disso executou performances com orquestras como a Filarmónica de Nova York, Filarmônica de São Petersburgo, Sinfónica de Londres, Orquestra de Paris e Berlim.
A Coréia do Sul – Como marco inicial da história da Coréia do Sul tem a construção de um reino ancestral, o Gojoseon, em 2333 a.C., por Dangun, um líder mítico dos coreanos. Este reinado é fruto de um laço inovador entre as tribos da região norte que tinham um inimigo em comum – os chineses, com quem estavam sempre se confrontando belicamente. No norte, quatro séculos depois, houve uma significativa união entre os povos, enquanto no sul vigoraram, ao longo do século III, os governos de Pilla e Paekje, o início da era denominada Três Reinos, a qual se prolongaria por quatro séculos.
Até o final do Império Coreano, em 1910, após passar pelo enlaçamento destes Três Reinos por Silla, em 668 d.C. a Coréia atravessa as dinastias Goryeo e Joseon como um Estado unificado. Nesta época a nação é integrada ao Japão. Depois da Segunda Guerra Mundial, o país se torna independente e fragmentado, e é fracionado em Coréia do Norte e Coréia do Sul.
Em 1948 é instituída a Coréia do Sul, sob um regime democrático, após um conflito entre as duas Coréias. A República Coreana atravessou uma era marcada pela ditadura militar, quando sua economia teve um importante desenvolvimento, convertendo-se em uma das mais importantes do Planeta, e finalmente o país se converteu em uma democracia integral, adotando a república baseada no poder do presidente.
A vida econômica da Coreia do Sul está focada especialmente nas exportações de produtos eletrônicos, automóveis, navios, e na robótica, o que confere a seus habitantes um alto poder aquisitivo. Na religião, os coreanos tem um laço em comum com a China e seguem principalmente o budismo tradicional.