Comex do Brasil
“O ano de 2019 na Apex-Brasil ainda não começou. A Agência de Promoção das Exportações e Investimentos nada tem a apresentar nestes primeiros 100 meses de governo do presidente Jair Bolsonaro. A Agência está paralisada e essa inércia causa grande preocupação e prejuízos ao comércio exterior brasileiro”.
A afirmação foi feita hoje (12) pelo presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil AEB), José Augusto de Castro, em entrevista exclusiva ao Comexdobrasil.com ao comentar a crise que atinge a Apex-Brasil e que teve novo desdobramento esta semana com a demissão do presidente Mario Vilalba, o segundo a ser exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro o em apenas 100 dias de governo.
Segundo José Augusto de Castro, “é preciso encontrar uma solução para os problemas na Apex-Brasil. É inaceitável que depois de três meses o ano para a Agência ainda não tenha se iniciado. É preciso começar já, pois não podemos perder mais tempo. Ações importantes em matéria de promoção das exportações e investimentos, de grande relevância para o nosso comércio exterior, estão paralisadas. Não podemos seguir imobilizados. Algo tem que acontecer. Estamos perdendo espaços no comércio exterior. E os espaços que deixamos de ocupar serão aproveitados por outros países”.
Em sua avaliação sobre a crise aguda que atinge a Apex-Brasil, o presidente da AEB comentou o fato de o governador, João Doria, ter anunciado na semana passada a criação de um escritório comercial em Xangai para tratar dos assuntos ligados ao comércio exterior do estado naquele que é o principal parceiro comercial do Brasil. A iniciativa foi vista por fontes ligadas ao comércio exterior como uma resposta à falta de capacidade operacional da Apex-Brasil.
Na avaliação de José Augusto de Castro, “o que acontece é que o governador criou uma Apex estadual e essa foi uma decisão correta. Ao fazê-lo, o governador João Doria está pensando em seu estado, na promoção de seu pujante comércio exterior, na geração de empregos e renda”.
Apesar disso –e por reconhecer que a inércia existente hoje na Apex-Brasil é motivo de grande preocupação por todos os agentes públicos e privados do comércio exterior brasileiro-, o presidente da AEB tem ressalvas à iniciativa do governador paulista: “temos que pensar grande, em termos de Brasil, e não isoladamente como o fez o governador Doria. Ele criou um órgão estadual, mas a entidade nacional é a Apex-Brasil e temos que lutar pelo fim da imobilidade que afeta a instituição e torcer para que a crise na Agência seja solucionada o mais rápido possível, o que passa, obrigatoriamente, pela indicação de um novo presidente com a competência que o cargo exige”.