O país comemora todo 15 de abril o nascimento do fundador da República Popular Democrática da Coreia (RPD da Coreia)
Raquel Pires
A Embaixada da Coreia do Norte festejou, antecipadamente, na quarta-feira (10), o aniversário do presidente Kim II Sung, fundador da RPD da Coreia e que estaria comemorando 107 anos se estivesse vivo. O embaixador da Coreia do Norte Kim Chol Hak, lembrou que para o país, essa é uma data significativa. “Kim foi o criador de uma Coreia socialista e é o eterno presidente do povo coreano. Esse dia nos faz lembrar as importantes façanhas de Kim II Sung”.
De acordo com o embaixador, o líder norte-coreano tomou a frente no caminho da revolução, libertou a Coreia do Japão e fez da Coreia um autêntico país democrático para o povo. “Ele foi um grande ideólogo que criou a Ideia Juche – uma filosofia de massas que significa autossuficiência – com as quais tornou o povo coreano independente e criativo”.
Kim Chol Hak ressaltou ainda que Kim colocou a população como centro do seu governo. “Ele considerou o povo como o céu e executou uma política de amor e respeito, estabelecendo um país socialista tendo o povo no seu centro”, pontuou.
Quem também abordou as relações entre Brasil e Coreia foi o secretário Nacional de Movimentos Populares do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Acilino Ribeiro. “O momento da conjuntura nacional pelo qual passamos é de desespero, mas também de luta. A história das relações bilaterais entre Brasil e Coreia é muito bonita. Primeiro porque nós, que fomos a geração que enfrentou a ditadura militar, tivemos o apoio da Coreia”. Segundo Acilino, a Coreia do Norte teve um papel importante, pois abrigou muitos que “lutaram na luta armada durante ditadura militar, e a Coreia ajudou a salvar essas pessoas”.
Acilino relembrou que muitos colegas da época se exilaram em países como China, União Soviética (URSS) e Líbia, como foi o caso do próprio. “Eles [Coreia do Norte] nos acolheram, então essa é a importância dessa relação bilateral”.
O secretario do PSB reafirmou seu apoio a Coreia, que na sua visão tem papel importante na luta pela paz mundial. “Em vários momentos a Coreia foi a base de sustentação da luta de países contra o imperialismo. Não foi só a China e a URSS. A Coreia teve papel importantíssimo em várias épocas”, finalizou.
PRESIDENTE ETERNO – De 1948 até 1994, ano de sua morte, Kim Il Sung governou a Coréia do Norte e foi denominado como o Presidente Eterno. Nascido numa família de camponeses, Kim Il Sung recebeu uma educação cristã. Durante as lutas pela independência da Coréia, então pertencente ao Japão, a família de Kim mudou-se para a Manchúria, na China. Aos 15 anos foi preso como membro da Liga da Juventude Comunista do Sul da Manchúria e foi libertado em 1930, quando passou a integrar o Exército Revolucionário Coreano.
Kim Il Sung tornou-se líder de um grupo guerrilheiro anos depois e com a invasão da Manchúria pelos japoneses, cresceu o movimento de resistência na Coréia e na China. Durante a Segunda Guerra, a Coréia foi invadida pelos japoneses e Kim Il Sung foi obrigado a partir para o exílio na União Soviética, e em 1945, a Conferência de Yalta permitiu que tropas soviéticas e americanas se instalassem na Coreia, dividindo o país em duas partes. O governo provisório da Coreia do Norte ficou a cargo do “Grande Líder que governou o país até sua morte, aos 82 anos, vítima de uma parada cardíaca.