Comex do Brasil
Novo Hamburgo – Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que as exportações de calçados, em março, caíram 7,7% em pares e 9,4% em receita no comparativo com igual período do ano passado. No mês, foram embarcados 9 milhões de pares que geraram receita de US$ 83,9 milhões.
Mesmo com a queda no mês de março, o setor registrou desempenho positivo no trimestre, quando foram exportados 35 milhões de pares por US$ 267,1 milhões, altas de 14,9% em volume e de 6,4% em receita no comparativo com mesmo ínterim de 2018.
Segundo o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, o resultado de março foi influenciado pela queda das vendas ao mercado argentino. No mês passado, a Argentina importou 50% menos em dólares e 34,9% menos em volume em relação a março de 2018, registrando a compra de 880 mil pares por US$ 10,96 milhões.
“A retração no consumo doméstico, somada às medidas de contenção das importações impostas pelo FMI, tem provocado a queda nas exportações para lá desde o segundo semestre do ano passado”, comenta o executivo. As constantes oscilações do câmbio, que prejudicam a formação de preço, também influenciaram o revés do mês.
Destinos
No trimestre, o principal destino dos embarques de calçados brasileiros foi os Estados Unidos. Para lá, foram embarcados 3,97 milhões de pares que geraram US$ 54,27 milhões, incrementos tanto em volume (41%) quanto em receita (43,9%) em relação ao mesmo período do ano passado.
O segundo destino, no acumulado, foi a Argentina. No período, os “hermanos” importaram 1,78 milhão de pares, pelos quais foram pagos US$ 22,23 milhões, quedas tanto em volume (-25,5%) quanto em receita (-43,2%) em relação ao mesmo ínterim de 2018.
Nos três primeiros meses do ano, o terceiro destino do produto brasileiro no exterior foi a França, para onde foram enviados 2,87 milhões de pares que geraram US$ 16,28 milhões. Houve um incremento de 4,2% em pares e queda de 10,9% em receita em relação ao ano passado.
Origens
O principal exportador de calçados do trimestre foi o Rio Grande do Sul, de onde partiram 7,95 milhões de pares que geraram US$ 118 milhões, incrementos de 15,5% em pares e de 3,9% em receita no comparativo com o mesmo período de 2018.
O Ceará foi o segundo maior exportador do período. Os cearenses embarcaram 14,15 milhões de pares por US$ 79,33 milhões, altas de 11,7% em volume e de 18,6% em receita em relação ao primeiro trimestre de 2018.
O terceiro exportador do trimestre foi São Paulo, de onde partiram 1,79 milhão de pares por US$ 24,59 milhões, incremento de 23,1% em volume e queda de 0,5% em receita no comparativo com igual ínterim do ano passado.
Importações
De janeiro a março entraram no Brasil 9 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 93,5 milhões, incremento de 3,5% em volume e queda de 7,4% em receita na relação com igual período do ano passado. As principais origens seguem sendo os países asiáticos. O Vietnã, que respondeu por mais de 30% dos calçados que entraram no País, exportou para o Brasil 2,8 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 45,62 milhões, quedas tanto em volume (-16,3%) quanto em receita (-18,6%) na relação com igual período de 2018.
A segunda origem das importações brasileiras foi a Indonésia, de onde partiram 1,3 milhão de pares por US$ 19,38 milhões, incrementos de 22,8% em volume e de 9% em receita em relação ao ano passado.
A terceira origem foi a China, que exportou para o Brasil 4 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 12,97 milhões, altas de 18,3% e de 3,4%, respectivamente, em relação a igual período de 2018.
Em partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – entraram no Brasil, no trimestre, o equivalente a US$ 9,36 milhões, 51,2% menos do que no mesmo ínterim do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.