Comex do Brasil
Com pouco mais de 17 milhões de habitantes, o Chile tem se transformado em um dos grandes parceiros comerciais do Brasil e em 2018 o país foi o quinto maior mercado para os produtos brasileiros em todo o mundo. Com alta de 26,99% comparativamente com o ano anterior, os embarques para o país vizinho totalizaram US$ 6,389 bilhões, correspondentes a 2,66% de todo o volume exportado pelo Brasil.
Do lado das importações houve uma queda de 2,05% e os embarques chilenos para o Brasil geraram uma receita no total de US$ 3,382 bilhões, equivalentes a uma fatia de 1,87% das importações totais brasileiras.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia mostram forte aumento em todos os cinco principais produtos que lideram a lista dos bens embarcados pelo Brasil para o Chile. No caso do petróleo, a alta foi de 36,5% para US$ 2,06 bilhões, correspondentes a 32% das exportações totais para o país vizinho. Ainda mais expressivo (+66,8%) foi o aumento nas vendas de carne bovina. Em 2018 elas totalizaram US$ 466 milhões.
Igualmente impressionantes foram os aumentos registrados nos embarques de automóveis. Com a forte crise econômica que atinge a Argentina, o Chile figurou no ano passado como um crescente e promissor mercado para os automóveis brasileiros e as importações totalizaram US$ 370 milhões (aumento de 41,2%). Também cresceram as vendas de veículos de carga, com alta de 60,6% para US$ 312 milhões e de chassis para automóveis, incremento de 16,5% e receita de US$ 236 milhões.
Em relação às exportações por valor agregado, foram registrados aumentos importantes em todas as três categorias. Entre os produtos manufaturados, a alta de 21,5% contribuiu para uma receita de US$ 3,47 bilhões. Graças a esse aumento, os produtos de maior valor agregado tiveram uma participação de 54,4% nas vendas totais brasileiras para o Chile. Aumentos igualmente importantes foram registrados nos embarques de produtos básicos (+35,2% para US$ 2,81 bilhões) e semimanufaturados (aumento de 22,5% e receita no valor de US$ 99 milhões).
Do lado chileno, os principais produtos exportados para o Brasil foram catodos de cobre (US$ 1,06 bilhão e participação de 31% no total embarcado), salmões (US$ 505 milhões), minérios de cobre (US$ 322 milhões), alcoois aciclicos (US$ 170 milhões), demais produtos básicos (US$ 158 milhões) e vinhos (US$ 148 milhões). As exportações de produtos básicos tiveram uma queda de 9,9% para US$ 1,25 bilhão, as vendas de semimanufaturados cresceram 6,4% com uma receita de US$ 1,25 bilhão e os embarques de produtos manufaturados tiveram uma leve contração de 1,0% para US$ 883 milhões.
Acordo de Livre Comércio
A visita do presidente Jair Bolsonaro ao Chile deverá acontecer cerca de três meses após a assinatura, no dia 21 de novembro, do Acordo de Livre-Comércio Brasil-Chile, ao apagar das luzes do governo de Michel Temer. O Acordo aborda 17 temas não tarifários, desde a facilitação de comércio até a eliminação de cobrança de roaming internacional para dados e telefonia móvel, comércio eletrônico, serviços, meio ambiente, emprego e gênero, defesa e cooperação econômica, entre outros.
Ao falar sobre a importância da assinatura do documento, em reunião realizada no dia 11 de dezembro, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o embaixador do Chile no Brasil, Fernando Schmidt, destacou a velocidade com que as negociações avançaram: “o tempo recorde demonstra compromisso e vontade de ambos os governos. Vamos trabalhar agora para que a ratificação do Acordo, que costuma demorar, em média cinco anos, demore apenas cinco meses”.
No tocante à facilitação de comércio, destacam-se medidas para acelerar e reduzir os custos e burocracias do comércio bilateral. Uma delas é o compromisso de avançar nos portais únicos de comércio exterior e em documentos em formato eletrônico, abolindo-se o uso do papel nas operações de comércio exterior entre os dois países.