Por Michelle Fernandes, CEO da M2Trade e especialista em Comércio Exterior
Não podemos falar de Comércio Exterior, sem falar sobre Custo Brasil, que está diretamente ligado à nossa balança comercial. Além de todos os custos de produção já conhecidos, que tornam difícil e desvantajoso para o exportador brasileiro colocar seus produtos no mercado internacional, o que chama a atenção para os possíveis compradores no exterior e investidores são os custos logísticos, que oneram a operação e fazem parte do tão famoso Custo Brasil.
Estamos vivendo um verdadeiro colapso logístico em nosso país. De um lado, os serviços logísticos, a mão de obra e os transportadores e, do outro, exportadores e importadores que precisam de tarifas baixas para os seus produtos se tornarem competitivos no mercado interno e externo.
Os profissionais de logística ficam restritos a determinados portos, aeroportos e rotas rodoviárias para entrega de suas mercadorias, sejam de importação ou para exportação. O motivo é que o Brasil ainda possui uma logística extremamente dependente do modal rodoviário, gerando, na maior parte das situações, um risco para as cargas pela falta de segurança nas estradas, o alto custo com o transporte em caminhões, a possibilidade de acidentes e também um aumento no custo final das mercadorias.
As ferrovias brasileiras ainda são um sonho distante. Os portos de menor porte não possuem infraestrutura para operarem normalmente, além de não possuírem o calado suficiente para a atracação de determinados navios cargueiros. Hoje podemos apontar somente cinco ou seis grandes portos no país, mesmo o nosso litoral tendo 7.491 quilômetros de extensão, sendo o 16º maior do mundo.
O transporte por cabotagem seria a melhor saída para termos uma logística eficiente, com qualidade e de baixo custo comparado ao transporte rodoviário, que já é conhecido pela falta de segurança e por ser um dos mais caros no mundo.
O Comércio Exterior Brasileiro só irá crescer realmente quando tivermos investimentos no setor de infraestrutura para diminuir a nossa vulnerabilidade logística e consequentemente gerar competitividade.