Ana Cristina Dib
Soja, petróleo e minérios de ferro, juntos, responderam por 82% de todo o volume exportado pelo Brasil para a China, principal parceiro comercial do País, com quase US$ 53 bilhões embarcados para o país asiático. Reduzir a forte concentração da pauta exportadora em produtos básicos e adicionar bens manufaturados às exportações é um dos grandes desafios que o comércio exterior brasileiro terá pela frente em 2019.
No conjunto, os produtos básicos responderam por 88,5% de todas as exportações brasileiras para a China, com vendas no total de US$56,83 bilhões. Em 2018, o Brasil exportou para os chineses um total de US$ 64,206 bilhões.
Na direção oposta, os produtos industrializados foram responsáveis por 97,8% de todo o volume embarcado pela China para o Brasil, com um volume de vendas no montante US$ 33,96 bilhões de um total de US$ 34,730 bilhões exportados para o maior parceiro comercial dos chineses na América Latina.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, o comércio com os chineses gerou para o Brasil, no ano passado, um superávit de US$ 29,476 bilhões, o maior da série histórica do comércio exterior brasileiro.
O saldo recorde foi possível graças, principalmente, ao aumento 38,4% nas exportações de produtos básicos, com destaque para a soja (alta de 34,6%, receita de US$ 27,34 bilhões e participação de 43% nas exportações totais), petróleo (aumento de 95,0%, receita no total de US$ 14,33 bilhões e participação de 22%), minérios de ferro (alta de 5,2%, receita de US$ 10,93 bilhões e participação de 17%).
Outros destaques nas exportações para a China foram celulose (com vendas no total de US$ 3,54 bilhões, aumento de 37,8% e participação de 5,5% nos embarques totais) e carne bovina (no valor de US$ 1,49 bilhão, alta de 60,0% e participação de 2,3% nas exportações).
Em relação aos produtos seminanufaturados, as exportações totalizaram US$ 5,74 bilhões e registraram no ano passado um aumento de 26,5% comparativamente com o ano anterior. Em seu conjunto esses produtos mais elaborados responderam por 8,93% do total embarcado para a China.
Com uma fatia de apenas 2,54% das exportações totais para os chineses e receita no valor de US$ 1,63 bilhão, os produtos industrializados, de maior valor agregado, acumularam uma queda de 13,4%, reduzindo ainda mais sua pouco expressiva participação na pauta exportadora para o gigantesco mercado chinês.