A ONU considera que “o Iémen nunca esteve tão perto da fome”
Notícias ao Minuto Brasil
Quase toda a população do Iêmen precisa de ajuda e proteção, reconheceu, nessa terça-feira (4), a ONU, no apelo humanitário global para 2019. “O país com maiores problemas em 2019 será o Iêmen”, afirmou Mark Lowcock, sub-secretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, durante coletiva de imprensa, em Genebra, para apresentação do plano humanitário global para 2019.
A ONU considera que “o Iémen nunca esteve tão perto da fome”, depositando esperança nas negociações de paz marcadas para esta semana na Suécia, que procurarão uma solução para um conflito que já tem quatro anos e que matou milhares de pessoas.
De acordo com estimativas da ONU, quase 80% da população (agora cifrada em cerca de 25 milhões de pessoas) precisa de alguma forma de proteção e de assistência humanitária. Em todo o país, 18 milhões de pessoas estão em situação de “insegurança alimentar”, dos quais 8,4 milhões sofrem de “fome extrema”, segundo um relatório da ONU.
Se as negociações de paz em Estocolmo tiverem sucesso, “é possível que no segundo semestre do próximo ano” os iemenitas possam ver o seu sofrimento reduzido, afirmou Mark Lowcock. A ONU diz que precisa de quatro mil milhões de dólares (mais de R$ 18 milhões), para ajudar 15 milhões de pessoas no Iémen, ao longo do próximo ano.
O conflito no Iémen opõe os Houthis, alinhados com o Irã, contra as outras forças iemenitas apoiadas por uma coligação leal ao presidente Abd-Rabbu Hadi, liderada pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos.
Desde a intervenção da coligação militar sob comando saudita, os combates já mataram cerca de dez mil pessoas e feriram mais de 56 mil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas as organizações não governamentais acreditam que o número real de vítimas diretas e indiretas será muito maior.
A insegurança na região de Hodeida, por onde passa 70% da ajuda do Programa Alimentar Mundial, tem deteriorado a situação humanitária no Iémen.