Foram realizados negócios no valor de US$ 1 milhão no emirado, e a estimativa para os próximos 12 meses é de mais de US$ 3,5 milhões. Feira The Big 5 terminou nesta quinta-feira.
Bruna Garcia Fonseca
bruna.garcia@anba.com.br
A missão do setor de plástico brasileiro a Dubai teve resultado positivo, conforme avaliou Gilberto Agrello, especialista de acesso e desenvolvimento de mercado internacional do programa Think Plastic Brazil. Foram realizados negócios superiores a US$ 1 milhão, com estimativa de mais de US$ 3,5 milhões para os próximos 12 meses, informou o consultor da Chmcorpp, Carlos Moreira, responsável por planejamento de projetos para exportações de empresas de plástico do programa. A delegação visitou a feira da indústria da construção The Big 5 (foto acima), que terminou nesta quinta-feira (29), no emirado.
O projeto Think Plastic Brazil tem por objetivo promover o plástico brasileiro no exterior e é fruto de um convênio entre o Instituto Nacional do Plástico (INP), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Cadeia Petroquímica Nacional. A viagem aos Emirados Árabes Unidos teve apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
“Fizemos contatos extremamente consistentes com distribuidores e facilitadores de negócios, além de empresas locais. As oito empresas brasileiras que participaram da missão encontraram oportunidades em seus nichos (construção e utilidades domésticas), foi como se estivéssemos fazendo dois trabalhos em um” disse Agrello.
O especialista afirmou que as companhias do Brasil puderam fazer uma identificação preliminar sobre quais produtos plásticos podem ter mais oportunidades nos Emirados Árabes. “Visitamos o escritório central da Lulu Hypermarkets, rede de supermercados [indiana] que é uma potência no Oriente Médio, presente em diversos países do Golfo, e falamos com o comprador sênior da Danube Home, uma rede de artigos para casa que também atua em vários países da região”, informou, acrescentando que o acesso a compradores de alto nível e de tomadores de decisão foi um aceno importante para possíveis investimentos e negócios futuros.
O que mais chamou atenção durante a missão, para Carlos Moreira, foi a sinergia entre as empresas participantes. “Houve um momento em que as empresas propuseram alianças para desenvolverem, juntas, alguns produtos no Brasil para atender as demandas locais”, explicou. O consultou avaliou ainda que, devido à cultura do povo árabe, a maioria das reuniões foi realizada em grupo e, segundo ele, uma empresa aprendeu com a outra, uma vez que as companhias participantes têm maturidades exportadoras diversas. “Mas este modelo de reuniões em conjunto só foi possível por não haver empresas concorrentes entre si, pois caso contrário o compliance do Instituto [Nacional do Plástico] não permitiria usar esta estratégia”, informou.
Moreira disse que algumas empresas saíram com pedidos “teste” e outras com “uma lição de casa muito grande para desenvolver ou adaptar seus produtos, assim como enviar mais informações particulares e estratégicas de seus produtos”.
Para Tony Brito, diretor de negócios da Sansuy, marca de plásticos e lonas de PVC, a missão serviu como um grande aprendizado. “Nós tivemos a oportunidade de visitar empresas que têm potencial pra utilizar nossos produtos, desenvolver relacionamento pra negócios, e estamos confiantes de que há muitas oportunidades a serem exploradas e de fato conseguir que os negócios sejam realizados e com resultados bastante positivos”, avaliou.
A participação na feira The Big 5, segundo Agrello, foi positiva. Para 2019, as empresas de plástico querem expor em um estande próprio brasileiro do setor, o que ainda não foi confirmado, mas deve passar por processo de aprovação junto ao Think Plastic e à Apex-Brasil. Os empresários do ramo também solicitaram nova missão para outros países do Oriente Médio para o ano que vem, o que deve ser incluído no planejamento estratégico, também após aprovação.
De acordo com Agrello, o Brasil é um grande produtor de resina plástica, com grande capacidade produtiva e diferenciais tecnológicos, o que lhe dá competitividade para atingir nichos de mercado dos Emirados e de outros países do Golfo. “A China tem a vantagem logística por estar mais próxima, mas nós temos Cadeia Petroquímica própria, eles não, e isso nos dá a vantagem do preço, além do diferencial tecnológico”, analisou.