Durante a comemoração do 27º aniversário da data nacional do país, o embaixador Kairat Sarzhanov enalteceu a amizade com o Brasil
Raquel Pires
Fotos: Eliane Loin
Foi no hotel Royal Tulip Brasília Alvorada que Sarzhanov recebeu seus convidados para a festa da data nacional do país, celebrada no dia 16 de dezembro. A festa foi antecipada para essa quarta-feira (28). A data marca a soberania do país, após o fim da União Soviética. O evento contou com a presença do ministro da Justiça, Torquato Jardim, do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, do diretor do Departamento da Ásia Central, Meridional e Oceania, embaixador Ary Quintella, diplomatas, jornalistas, cazaques e amigos.
O embaixador afirmou que ao longo dos anos o Cazaquistão alcançou sucessos políticos e econômicos notáveis, se firmando como um dos cinquenta países mais competitivos do mundo. “Até 2050 estamos aspirando estar entre os 30 países mais desenvolvidos do mundo”.
O diplomata declarou que além de um diálogo político amigável e de cooperação econômica entre os países, também existe uma interação crescente nas áreas cultural e humanitária. “O prefeito de Astana (capital do Cazaquistão) Bakhyt Sultanov e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg assinaram um protocolo de intenções de cooperação entre ambas capitais e realizamos diversos eventos culturais”, contou.
A relação com o Brasil se mostra cada vez mais frutífera, segundo embaixador, e prova disso são as visitas de delegações brasileiras ao Cazaquistão. “Pela primeira vez na nossa história, tivemos a visita oficial do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, que levou um balanço das conquistas alcançadas e marcou uma nova etapa do fortalecimento da amizade entre nossos países”. A ida do ministro da Justiça, Torquato Jardim também foi enaltecida pelo embaixador Kairat, pois “resultou na assinatura de três acordos que ampliaram a base jurídica das nossas relações”.
O diretor do Departamento da Ásia Central, Meridional e Oceania, embaixador Ary Quintella também ressaltou a interação entre Brasil e Cazaquistão, países que segundo ele compartilham significativas características, como extensão geográfica, recursos minerais abundantes e ativa participação em organismos internacionais.
Quintella recordou a visita histórica do presidente do Cazaquistão Nursultan Nazarbayev ao Brasil, em 2007 e salientou que ainda há potencial a ser explorado na cooperação entre os dois países em diversas áreas, especialmente na agricultura, energia e turismo. “A Embrapa conta com vasta experiência que está pronta para compartilhar com o governo do Cazaquistão. A assinatura do Memorando de Entendimento na Área de Turismo, que ocorrerá no começo de dezembro, testemunha o atual momento positivo nas nossas relações”.
Após os discursos, os presidentes se deliciaram com um jantar e aproveitaram para curtir uma apresentação musical típica do Cazaquistão, com a cantora e instrumentista cazaque Aigul Kossanova, vencedora de prêmios de inúmeros festivais de música. A Orquestra Capital Filarmônica também se apresentou com a artista, sendo composta pelos músicos Artur Soares no piano, janaina Fernandes no violino, Rafael Frotgar no violoncelo, Pedro Jorge na flauta, Vitor Adonais no clarinete e Tassio Vieira na corneta.
História – Em meio à onda de repúblicas soviéticas que procuravam por maior autonomia, o Cazaquistão declarou sua soberania como república dentro da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em outubro de 1990. Com o golpe mal-sucedido de agosto de 1991, em Moscou e o subsequente colapso da União Soviética, o Cazaquistão declarou sua independência em 16 de dezembro do mesmo ano. O país foi a última das repúblicas soviéticas a declarar sua independência.
Os anos que se seguiram foram marcados por reformas significativas à economia de estilo soviético e ao monopólio político. Com a condução do presidente Nursultan Nazarbayev, que subiu inicialmente ao poder em 1989 como chefe do Partido Comunista do Cazaquistão e foi eleito presidente em 1991, o Cazaquistão se aproximou mais do modelo de uma economia de mercado, e vem experimentando um significante crescimento econômico desde 2000.