Embaixador pede apoio dos brasileiros à causa palestina
Ibrahim Alzeben afirmou a jornalistas esperar que o Brasil não faça parte do conflito com Israel. Ele recebeu colegas da imprensa para um jantar, no dia 21, durante o qual explicou e se colocou a disposição para tirar dúvidas em relação à crise com os israelenses que estão nos noticiários internacionais. Entre os temas abordados estavam declarações recentes do presidente eleito, Jair Bolsonaro, entre elas a que indica a transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. Ibrahim conversou ao lado de três embaixadores que fazem parte da Liga dos Estados Árabes; do Marrocos, do Egito e da Jordânia. Eles aguardam uma resposta positiva em relação ao pedido feito para um encontro com futuro dirigente brasileiro.
Em sua fala, o embaixador da Palestina afirmou que espera que “sejam seguidas as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) e as normas do direito internacional” sobre a região. Na opinião de Ibrhaim, a mudança da representação diplomática brasileira para Jerusalém resultaria em ofensa ao Estado Palestino, entraves no comércio com o Mundo Árabe, além de envolver o Brasil no conflito internacional Palestino-Israelense. “Essa decisão pode ser um “passo desnecessário, contrário ao Direito Internacional e à tradição brasileira, que desde 1947 está comprometida com a paz na região”, explicou.
O Estado Palestino é reconhecido pelo governo brasileiro desde dezembro de 2010. A ONU (Nações Unidas) também reconhece a Palestina como Estado Observador, desde 2012. Hoje, apenas Estados Unidos e Guatemala transferiram suas representações diplomáticas para Jerusalém.
Malek Twal, embaixador da Jordânia, disse que não ver com bons olhos que o governo brasileiro se envolva no conflito que há décadas causa tensão no Oriente Médio. “Nós não queremos que o Brasil seja parte deste conflito, mas um agente mediador”, disse.
“O Egito pede paz ampla e defende que as situações sejam baseadas nas resoluções da ONU e na instalação de um Estado palestino, cuja capital é Jerusalém oriental”, declarou Alaa Roushdy, embaixador dos pais. Ele afirmou não ver motivos para que o país siga o mesmo caminho trilhado pelo governo americano.
O embaixador do Marrocos, Nabil Adghoghi, por sua vez, levantou o possibilidade de uma eventual mudança do local da embaixada poderá prejudicar a imagem do Brasil no exterior. “Nenhum país, exceto os Estados Unidos, mudou a embaixada. A curto prazo, isso pode agradar Israel, mas, a longo prazo, não terá nenhum efeito. Queremos a paz no Oriente Médio e a mudança de embaixada não vai trabalhar para isso. A imagem do Brasil será muito perturbada, além dos problemas comerciais”, alertou.
Histórico – O Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino é uma data comemorativa instituída pelas Nações Unidas para lembrar o aniversário, no dia 29 de novembro, da Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas. A reunião foi presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha aprovou , sem consulta aos habitantes locais, o Plano de Partição da Palestina, que dividiu a Palestina em um estado judeu e um estado árabe.
Nesse dia são realizadas comemorações tanto na sede da ONU, em Nova Iorque, como nos escritórios da Organização em Genebra e em Viena. A comemoração é regulamentada por várias resoluções da Assembleia Geral. Atividades especiais são organizadas pela Secretaria da Divisão de Direitos Palestinos da ONU, em articulação com o Comitê para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino.