Comemoração mostrou os avanços que o país tem alcançado desde que o sultão Qaboos bin Said assumiu o país, sendo um dos chefes de estado que está há mais tempo no poder
Raquel Pires
Fotos: Eliane Loin
O Dúnia City Hall, no Lago Sul, em Brasília, foi palco na última segunda-feira (19), da festa da data nacional de Omã, oficialmente 18 de novembro. A data marca a ascensão do sultão de Omã, Qaboos bin Said, que tomou o lugar de seu pai Said bin Taimur, com a promessa de modernizar o governo e desenvolver o país com uma melhor qualidade de vida.
Esse objetivo vem sendo atingido pelo sultão, que é um dos chefes de estado mais antigos no poder, desde 1970. Omã, situado no Oriente Médio e fronteira com Yemen, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, evoluiu muito em menos de cinco décadas, conseguindo avanços em diversos setores, e o aumento expectativa de vida da população.
A festa contou com comidas típicas, a apresentação da Banda do Batalhão da Guarda Presidencial, a presença do ministro da Justiça, Torquato Jardim, do ministro da Indústria e Comércio Exterior, Jorge de Lima, da diretora do Departamento de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, Ligia Scherer, do Senador Fernando Collor, além de diplomatas, jornalistas, omanis e amigos.
Após a execução dos hinos nacionais de Brasil e Omã, o embaixador do país, Amad Hamood Salim Al Abri afirmou o quanto as conquistas do sultanato ao longo dos últimos 48 anos são fonte orgulho para cada cidadão omani. “A sociedade de Omã se beneficia dos direitos e deveres igualitários sob o estado de direito, e o Sultanato de Omã, graças a segurança e estabilidade, mantem um status elevado nos relatórios internacionais”.
O embaixador ainda ressaltou que o país foi apontado no mais recente Relatório de Competitividade Global de 2018 como o primeiro lugar mundial livre de terrorismo, melhor país árabe na qualidade de rodovias, de independência do poder judiciário e dos direitos de propriedade intelectual. Buscando continuar bem nesses temas, o país também tem uma boa relação com o Brasil. Segundo Amad Hamood, “esse ano foram realizadas consultas públicas entre Brasil e Omã e estamos trabalhando intensamente para fortalecer as relações econômicas bilaterais, explorando oportunidades de investimento e aumentando o intercâmbio comercial”.
As parcerias entre os dois países também foram destacadas pela diretora do Departamento de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, Ligia Scherer que ressaltou as trocas comerciais entre ambos. “Em 2008, as trocas comerciais entre Brasil e Omã totalizavam USS 140 milhões. Em 2017, ultrapassavam o USS 833 milhões: um crescimento de quase 600% em 10 anos”.
Os investimentos também vem tomando força na relação entre os dois países, já que empresas brasileiras como a Vale mantém uma usina de processamento de minério de ferro e terminal portuário em Sohar, uma cidade de Omã. “Trata-se do maior investimento de uma empresa brasileira no Oriente Médio”, ressaltou Lídia.
O desenvolvimento de Omã traz consequentemente, a felicidade do seu povo, segundo o senador Fernando Collor, que afirmou que pelas palavras do embaixador Amad Hamood, “Omã já pode se credenciar como um lugar onde a paz e prosperidade e o bem-estar da sua população, mercê de um governo sábio e que anda na direção correta, pode ser exemplo para todos nós”.
Collor salientou que para atingir a paz, avanços e desenvolvimento é necessário respeitar a comunidade internacional e valorizar o dialogo ao invés do uso da força. “O Brasil costuma respeitar o direito internacional, seguir as resoluções de segurança da ONU. A política brasileira sempre foi pautada pelas suas linhas em busca de consenso, dialogo e entendimento como meios de encontrarmos a paz e a estabilidade mundial. Não é o uso da força que vai fazer com que todos nós encontremos a paz que tantos queremos”.
Após os discursos, os convidados puderam ver a exposição de fotos e dados sobre Omã, mostrando as estatísticas, fotografias e textos sobre vários aspectos do país.
AVANÇOS NOS ÚLTIMOS ANOS – No dia 23 de julho de 1970, Qaboos bin Said tomou o trono no lugar de seu pai, Said bin Taimur. Quando Qaboos afastou seu pai do trono, com o apoio do Exército e de membros da família real, o país não tinha boas comunicações e transportes além da capital. Só havia três escolas – todas para homens – uma clínica de saúde e 10 km de estradas asfaltadas. Após chegar ao poder, graças a sua “visão” e à descoberta do petróleo nos anos 60, o Omã começou uma grande transformação.
Os anos 70 são conhecidos como os do “renascimento”. O até então novo sultão investiu na educação, e já em 1975 havia 214 escolas e em 1982 foi fundada a primeira universidade, que leva o nome de Qabus. O sultão implantou um sistema de saúde moderno e gratuito, que melhorou a esperança de vida e diminuiu a mortalidade infantil, um dos grandes problemas do país. Em 2010, já eram mais de 1.200 escolas, uma universidade estatal e 12 privadas, 58 hospitais e 933 policlínicas e 23.349 km de estradas asfaltadas, e a esperança de vida subiu para 74 anos.