A Ucrânia é uma das nações que mais investem no setor, segundo destacou o embaixador Rostyslav Tronenko durante a festa pela independência do país
Liz Lôbo/ Raquel Pires
Fotos: Eliane Loin
Os ucranianos se orgulham em ocupar o 4º lugar no mundo entre os países com a população mais alfabetizada, e da parceria com o Brasil no âmbito educacional, já que a Ucrânia vem estreitando laços na área das ciências aplicadas. Por isso, durante a festa da data nacional, na sede na embaixada, no dia 19 de outubro, Rostyslav Tronenko chamou ao palco o diretor do Instituto de Matemática Aplicada (IMPA), Claudio Landim, e os cinco alunos do Colégio Militar de Brasília que ganharam medalha de ouro no início de agosto, na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.
O embaixador Rostyslav Tronenko agradeceu a presença de todos nas comemorações do 100º Aniversário do Estado Ucraniano, como o Ministro da Justiça Torquato Jardim, a senadora Ana Amélia, o presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira Vitório Serotiuk, e a representante da Confederação Israelita do Brasil Tamara Sokolike. O diplomata agradeceu ainda aos organismos brasileiros pelo suporte durante a crise em que o país vive com a Rússia pelo controle da região da Crimeia. O embaixador aproveitou a oportunidade para agradecer “pelo apoio, parceria, força e solidariedade com a luta da Ucrânia e do povo ucraniano”.
Devido a todo a história de conflitos vividos pelo país, Tronenko relembrou a comunidade ucraniana, hoje concentrada em sua maioria no sul do Brasil, e conta com mais de 1 milhão de descendentes. Segundo o diplomata, graças a esse reconhecimento por parte do Brasil, as relações bilaterais entre Brasil e Ucrânia foram levadas ao mais alto nível de parceria estratégica. “São inúmeras as áreas que fomentam nossa parceria. Basta lembrar de nossas cooperações técnicos-militares, na área da saúde, na área do agronegócio, automotiva, siderúrgica, aeroespacial, na área química, na transferência de altas tecnologias, área de energia nuclear, defesa cibernética, e muitas outras”.
Entretanto a parceria nos âmbitos da justiça e educação foram as mais destacadas pelo embaixador, que agradeceu o Ministro da Justiça Torquato Jardim, a Procuradora Geral da República Raquel Dodge, e a Ministra do Supremo Tribunal Federal Carmem Lúcia, pelas contribuições na cooperação entre o judiciário.
Campeões de matemática – Os alunos, Daniel Barbosa Lima Torres, Isaías Gouveia Gonçalves, Matheus Krebs Kersul, Thales Henrique Monteiro Lopes e Tiago Busnello Lima foram aplaudidos e no palco ouviram o embaixador encerrar seu discurso elogiando o empenho dos garotos nas Olimpíadas de Matemática e a parceria entre Brasil e Ucrânia na educação.
“Esses jovens são o exemplo e a denominação do esforço, da garra, da persistência, da conquista, e da sua própria vitória. Eles são a prova de que o investimento e a preocupação do Estado na educação, independente da área por eles escolhida, assegurarão um futuro promissor aos nossos países. Estamos criando cada vez mais parcerias e oportunidades, para que possamos seguir ombreando e melhorando cada vez mais nossa parceria estratégica. Pois como todos sabemos, um país sem educação, sem cultura e sem história, é um país sem futuro”.
História – Durante o século 19, a Ucrânia era uma região predominantemente agrícola, com algumas poucas cidades e centros de comércio e de aprendizagem. A região estava sob o controle dos austríacos no extremo oeste e dos russos em outras partes.
Os ucranianos movidos pelo espírito nacionalista estavam dispostos a reviver tradições ucranianas linguísticas e culturais e restabelecer um estado-nação ucraniano. Já os russos, em especial impunham limites rígidos sobre as tentativas de elevar língua ucraniana e cultura, mesmo proibir o seu uso e estudo. Quando a Primeira Guerra Mundial e a revolução bolchevique na Rússia quebraram a monarquia de Habsburgos e impérios russo, ucranianos declararam o Estado independente.
Em 1917 e 1918, três diferentes repúblicas da Ucrânia declarou a independência. No entanto, em 1921, a parte ocidental do território tradicional havia sido incorporada Polônia, e a parte maior, central e oriental tornou-se parte da União Soviética.
Durante anos a Ucrânia sofreu devastações, como por exemplo, após as invasões alemãs e soviéticas na Polônia em 1939, regiões ocidentais da Ucrânia foram incorporadas à União Soviética. Portanto, durante e após a Segunda Guerra Mundial e no período da Guerra Fria, a Ucrânia sofreu conflitos por muitas vezes violentos.
A Ucrânia tornou-se um estado independente em 24 de agosto de 1991, após a dissolução da União Soviética, e foi um dos membros fundadores da Comunidade de Estados Independentes (CEI).