Na celebração do 73º aniversário da independência o Embaixador Do Ba Khoa (no canto à esquerda) enalteceu a relação do país com o Brasil
Raquel Pires
O Clube do Exército sediou, em Brasília, na última quarta-feira (19), a festa da Data Nacional, celebrada no dia 02 de setembro. A data marca a conquista da soberania diante da França. A comemoração contou com comidas típicas e a presença de diplomatas, do Subsecretário-Geral da Divisão da Ásia e do Pacifico do Ministério das Relações Exteriores, Henrique Sardinha Pinto, jornalistas, vietnamitas e amigos.
O Embaixador do Vietnã, Do Ba Khoa ressaltou o progresso que o país vem alcançando desde sua independência. O diplomata transmitiu em seu discurso que os vietnamitas conseguiram defender o seu país e, ao mesmo tempo, reconstruí-lo a partir das cinzas causadas pelas guerras, criando um novo Vietnã, com muitas novas fisionomias. “As realizações históricas significativas alcançadas na manutenção da estabilidade política, criação do ambiente de negócios favorável, o equilíbrio do crescimento econômico e a implementação de metas de desenvolvimento sustentável conquistaram a confiança de líderes e empresários em muitos países e transformaram o Vietnã num destino atraente, tanto para investidores estrangeiros quanto para turistas”
O diplomata afirmou ainda que estão em processo de implementação e preparação a assinatura de novos Acordos do Livre Comercio bilaterais e multilaterais com 59 países, incluindo o Acordo Trans-Pacífico de Parceria Compreensiva e Progressiva (CPTPP em inglês). Alguns desses acordos foram feitos com o Brasil, como salientou o embaixador. “Assinamos seis acordos e memorandos de cooperação nos domínios de transportes marítimos, aviação civil, agricultura, comércio, formação e pesquisas na diplomacia estatal e popular”.
O representante do Brasil no Itamaraty Henrique Sardinha, também discursou enaltecendo a independência vietnamita, a parceria entre os países, lembrando os 30 anos de amizade entre os dois, e as parcerias econômicas. “A crescente aproximação entre Brasil e Vietnã reflete-se no diálogo político constante e no mutuo apoio em foros multilaterais. Nossas trocas comerciais no ano passado somaram mais de USS 3,9 bilhões, a segunda maior corrente bilateral de comercio do Brasil no sudeste asiático. Por sua vez, Brasil é o maior parceiro comercial do Vietnã na América Latina”.
Painéis com fotos das paisagens naturais do Vietnã também estiveram expostas para os convidados que se deliciaram com as comidas típicas do país.
História – Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão invadiu e dominou a região da Indochina, na época formada por Laos, Camboja e Vietnã. As regiões viviam sobre o domínio francês, mas já ansiavam pela independência. Tentando reagir a invasão durante a guerra, os vietnamitas formaram a Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã, ligada ao partido comunista. Eles tinham como líder o revolucionário Ho Chi Minh.
Ao fim da Segunda Guerra teve início o processo de descolonização, que culminou na luta entre os guerrilheiros do Viet-Minh e as tropas francesas. Com a derrota, os franceses foram obrigados a aceitar a independência, e em 1954 na Conferência de Genebra, que havia sido convocada para negociar a paz, a França reconheceu a independência do Vietnã, Laos e Camboja. Nessa mesma época o Vietnã foi divido em dois: Vietnã do Norte, governado por Ho Chin Minh e socialista e o Vietnã do Sul, governado por Ngo Dinh Diem, capitalista e aliada dos Estados Unidos.
Com as diferenças políticas existentes entre o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul, um clima de instabilidade se espalhou e em 1959, guerrilheiros comunistas chamados de vietcongues atacaram uma base norte-americana no Vietnã do Sul, sob o apoio de Ho Chi Minh e dos soviéticos. Nesse momento a Guerra do Vietnã eclodiu, só vindo a acabar com a vitória do Vietnã do Norte em 1975.